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Ao implantar o Plano Petros, em 1970, em pleno regime militar, quando o movimento sindical se encontrava sob intervenção, a Petrobrás tinha o objetivo claro de atender aos trabalhadores de melhor remuneração da companhia. O plano foi imposto numa época em que a previdência complementar surgia como alternativa para garantir a integralidade das aposentadorias dos trabalhadores de estatais que perderam esse direito ao abrirem mão do regime estatutário, durante a adesão ao FGTS.
 
   O Plano Petros surgiu em meio a este cenário, com a intenção de arregimentar o maior número possível de participantes, de modo a garantir que os altos salários da Petrobrás não sofressem prejuízos após as mudanças ocorridas no regime trabalhista. Essa era a concepção básica do plano que, originalmente, previa uma complementação de aposentadoria de 100%, com base na média salarial do petroleiro. Por mais de uma década, o plano não garantiu sequer um benefício mínimo para os salários mais baixos, que eram cobertos integralmente pela previdência oficial.
   Ou seja, desde o seu nascedouro, o Plano Petros é capitalizado por

 
Desde o seu nascedouro, o Plano Petros é capitalizado por uma massa de trabalhadores que financia os benefícios das faixas salariais
mais altas
uma massa de trabalhadores que financia os benefícios das faixas salariais mais altas. Alguns destes petroleiros contribuíram anos e anos para o plano, sem receber nada de
 
volta. Quando passaram a ter direito a um benefício mínimo, seu valor não foi capaz de cobrir sequer o que desembolsaram durante toda a vida laboral.
   Ao longo desses 36 anos de existência, o Plano Petros já passou por diversas alterações em seu regulamento. Algumas por imposição dos gestores, outras fruto de mudanças ocorridas na legislação. Isso acarretou diferentes interpretações das patrocinadoras e da própria Petros em relação aos benefícios, contribuições, obrigações e premissas atuariais do plano. Sem falar nas manipulações e administrações desastradas do fundo,
 
que causaram prejuízos imensos aos trabalhadores.
   O resultado é um monstruoso passivo de dívidas, déficits e problemas estruturais, que a categoria petroleira tenta há anos resolver. Somá-se a isto a exigência legal de equacionamento do déficit técnico do Plano Petros, sistematicamente cobrada pela Secretaria de Previdência Complementar.
   Uma conta que corre o risco de ser rateada com os trabalhadores. Portanto, é urgente resolvermos definitivamente esta questão, preservando os direitos dos participantes e evitando prejuízos futuros para a categoria.
ESPECIAL PETROS
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