Venda da Refap fracassa e dá novo fôlego à luta contra as privatizações na Petrobrás

“É mais um motivo para intensificar a luta nas ruas, nas redes e nos locais de trabalho, ampliando e dando visibilidade às nossas ações”, destaca o coordenador da FUP, Deyvid Barcelar, convocando os trabalhadores para os atos deste sábado por “Fora, Bolsonaro”.

[Da imprensa da FUP, com informações do Sindipetro RS]

Às vésperas do aniversário de 68 anos da Petrobrás, os trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul, comemoram o anúncio do cancelamento da venda da unidade, feita nesta sexta-feira, 01/10, pela empresa. É a segunda refinaria da Petrobrás cuja privatização foi interrompida, em função do fracasso das negociações. No final de agosto, a Petrobrás desistiu de vender a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

A FUP considera essas duas vitórias resultado da intensa luta que as entidades sindicais e os trabalhadores vêm travando contra as privatizações no Sistema Petrobrás, com greves e mobilizações, tanto no campo político, quanto jurídico. “A empresa está sendo desmontada, fatiada, esquartejada e vendida aos pedaços, sem um processo licitatório transparente e sem passar pelo aval do Congresso Nacional, desrespeitando, assim, a Constituição Federal. Temos denunciado isso, tanto judicialmente como também dentro do Congresso Nacional”, afirmou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, em entrevista recente ao jornal A Tarde, da Bahia.

Para ele, o fracasso da venda de mais uma refinaria da Petrobrás dá novo fôlego à luta da categoria para estancar por completo o maior desmonte da história da Petrobrás. No ato de 53 anos da Refap, no último dia 16, Deyvid lembrou a luta dos petroleiros gaúchos e da FUP para barrar a privatização da refinaria. “Através de ações do Sindipetro e da FUP conseguimos algo inédito na época que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) era presidente do Senado, onde ele levou para o STF os nossos questionamentos sobre a venda das refinarias”, afirmou.

O coordenador da FUP chama atenção também para a importância dos petroleiros e petroleiras estarem em peso nas mobilizações deste sábado, 02, por Fora Bolsonaro, reforçando a pauta da categoria contra as privatizações e os preços abusivos dos combustíveis. “É mais um motivo para intensificar a luta nas ruas, nas redes e nos locais de trabalho, ampliando e dando visibilidade às nossas ações”, destaca Deyvid.

“A população brasileira está entendendo que esta luta vai além da categoria petroleira, e isso vem se mostrando nas manifestações ‘Fora Bolsonaro’, com as ruas cada vez mais cheias de gente. Quem está nas ruas agora é o povo sofrido, que não aguenta mais entrar em fila para comprar ossos e resto de arroz e feijão, restos que antes eram descartados e agora se tornaram a única fonte de alimentação de muita gente neste país. E por causa da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) tem gente usando lenha e até álcool para cozinhar, tem gente morrendo queimada por causa disso!”, explica o coordenador da FUP.

Em nota, o Sindipetro RS também destacou a importância da resistência contra as privatizações. Leia a íntegra:

Petrobrás Fica no RS!

Batalha vencida. Nessa sexta-feira (01) uma notícia renovou a esperança dos gaúchos. O Grupo Ultrapar comunicou a desistência nas negociações para a aquisição da Refap. Os impasses da negociação são frutos da resistência da categoria petroleira, do Sindipetro-RS e da FUP.

Desde abril de 2019, quando a Petrobrás iniciou o processo de venda das refinarias, o Sindipetro-RS, a FUP e os trabalhadores travaram uma forte luta para barrar o processo de privatização. As numerosas ações judiciais ingressadas, as articulações políticas, em todas as esferas, chamando a atenção para o crime que estava em curso e as mobilizações da categoria mostrando a força e a resistência dos trabalhadores são os pilares dessa vitória.

Quem ganha é o povo gaúcho. A Refap gera R$ 1 bilhão por ano para o Rio Grande do Sul. Somente no município de Canoas a perda seria R$ 250 milhões/ano, o que representa 15% da arrecadação de impostos. Além disso, a Refap tem cerca de 680 trabalhadores diretos e 670 indiretos. Com a venda, esses empregos estariam ameaçados.

Seguimos na luta contra a política de preços da Petrobrás, as privatizações e contra esse desgoverno. A nossa comemoração será nas ruas, nesse 02 de outubro, gritando FORA BOLSONARO e PETROBRAS FICA NO RS.

Sindipetro-RS