Petroleiros denunciaram venda lesiva da Reman em atos realizados nesta sexta

A manhã desta sexta-feira, 03, foi marcada por atos e protestos em várias bases da FUP contra a privatização da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas. Um grande ato nacional em frente à refinaria, em Manaus, contou com a participação de dirigentes da FUP e dos sindicatos filiados, que denunciaram os prejuízos decorrentes das privatizações no Sistema Petrobrás, cujas subsidiárias, refinarias, campos de petróleo, plataformas, terminais, usinas termelétricas e de biodíesel, entre outros ativos, estão sendo entregues a preço de banana às empresas estrangeiras e concorrentes da estatal.

A venda Reman, anunciada no último dia 25 pela Petrobrás, após aprovação do Conselho de Administração da empresa, assim como a venda Refinaria Landulpho Alves (Rlam), foi feita com preços muito abaixo do valor de mercado da refinaria. Estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) aponta que a Refinaria de Manaus foi vendida pela Petrobrás à Atem Distribuidora, principal concorrente da estatal na região, por 70% do seu valor. Segundo o Ineep, a Reman “está avaliada com um valor mínimo, pelo câmbio mais elevado deste ano, de US$ 279 milhões, quando o valor negociado pela estatal com o potencial comprador foi de US$ 189 milhões”.

Como a FUP vem alertando, com base em estudos e apreceres de diversas entidades e órgãos de fiscalização, as privatizações em curso de refinarias, além de causar prejuízos financeiros para a Petrobrás e impactar economicante os estados e municípios que estão sendo abandonados pela estatal, criarão monopólios regionais privados, que irão comprometer o abastecimento e aumentar ainda mais os preços já abusivos dos combustíveis.

Ato na Reman

O ato ralizado em frente à Refinaria de Manaus teve a presença de movimentos sindicais e sociais, parlamentares do Amazonas, dos diretores e do coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, e também de dirigentes e coordenadores dos sindipetros de Minas Gerais, Norte Fluminense e Unificado de São Paulo e do Sindiquímica Paraná.

O coordenador do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro destaca que a venda não foi finalizada e os atos continuam sendo necessários. “Nós realizamos nosso ato em defesa da Reman e da Petrobrás no Amazonas. Nossa refinaria ainda não foi vendida – o que aconteceu foi um pré-contrato, temos até o próximo ano para lutar. Então, nosso sindicato está atuando para evitar que a venda seja, de fato, realizada”.

O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, destacou que a Petrobrás é da população brasileira e exerce função social, desde sua criação a partir da campanha “O Petróleo é Nosso” e demais lutas da categoria ao decorrer dos anos.“A Petrobrás não é apenas da categoria petroleira, a Petrobras é da sociedade brasileira e vem sendo defendida desde a criação dessa grande empresa pública”.

Bacelar também destacou as lutas da categoria ao decorrer dos anos contra o desmonte do Sistema Petrobrás. “Fizemos greve para discutir a Petrobrás como queremos e desejamos: a Petrobrás como empresa pública, indutora da economia nacional, do desenvolvimento social e regional. Fizemos greve em momentos distintos mobilizando a categoria contra o desmonte. Não podemos baixar as cabeças e acreditar no que a gestão entreguista da Petrobrás diz”.

Atos regionais

Os impactos das privatizações foram novamente denunciados nos atos desta sexta, nas mobilizações realizadas na Repar e na SIX, no Paraná, na Recap, em Mauá (SP) e na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que teve a venda suspensa pela Petrobrás, após mobilizações e ações judiciais impetradas pela FUP e sindicatos.

Na SIX, o Sindipetro PR e SC realizou um trancaço de duas horas  e distribuiu um panfleto denunciando as negociações suspeitas que envolvem o processo de privatização da unidade (leia aqui).

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[Da imprensa da FUP e da imprensa do Sindipetro AM]