Com ampla participação das trabalhadoras e dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, as assembleias referendaram, com uma média de mais de 90% de aprovação, o indicativo unitário da FUP e da FNP de greve de 24 horas na quarta-feira, 26/03. A consulta à categoria foi concluída no final de semana pela maioria dos sindicatos e encerrada hoje pela manhã em todas as bases da FUP.
A paralisação é uma advertência às tentativas da gestão Magda Chambriard de esvaziar os fóruns de negociação coletiva, com postura autoritária que coloca em xeque a boa-fé negocial, além de ignorar as principais reivindicações dos petroleiros.
Soma-se a isso, a guerrilha jurídica movida pela empresa contra os trabalhadores, ao retirar a parcela da RMNR incorporada ao salário, mesmo com decisão transitada e julgada, além de atacar o repouso semanal remunerado e impor dificuldades em rever as demissões e punições políticas dos governos passados.
O recado está dado: a categoria não aceitará a volta da cultura do medo na Petrobrás. A greve desta quarta-feira cobra da gestão Magda respeito aos fóruns de negociação e avanços no atendimento das reivindicações da pauta unitária das federações.
Veja o comunicado que a FUP divulgou para a imprensa:
A categoria petroleira decidiu, em assembleias realizadas nas unidades operacionais e administrativas da Petrobrás, pela convocação de uma greve de advertência de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, 26 de março. O movimento é um protesto contra a postura da atual gestão da empresa, que tem esvaziado os fóruns de negociação coletiva e desrespeitado o princípio negocial.
A pauta unificada de luta traz uma série de reivindicações essenciais para a categoria. Entre os principais pontos está a defesa da Remuneração Variável, com a exigência de que os valores não sejam reduzidos, especialmente considerando que a redução de 31% nos montantes apresentados pela empresa nos simuladores de dezembro do ano passado é considerada inaceitável, enquanto a companhia repassa 207% dos lucros para os acionistas. A Remuneração Variável é o pagamento adicional ao salário base que varia de acordo com o desempenho do funcionário ou da empresa.
Outras demandas incluem a defesa do Teletrabalho, com a suspensão do cronograma de mudanças pretendido pela Petrobrás e do termo de adesão individual, e a abertura de negociações coletivas sobre novas regras que contemplem os impactos sobre os trabalhadores. A categoria também cobra uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) do Plano Petros, de previdência, e a criação de um plano único e integrado de cargos, carreira e salário, que valorize a negociação coletiva, corrija distorções passadas e garanta progressões justas na carreira.
Além disso, a reposição do efetivo de pessoal se destaca como prioridade, com a convocação de concursados e a abertura de novos concursos, considerando a drástica redução no número de trabalhadores após a Lava-Jato. A greve de advertência também exige a garantia da integridade física dos trabalhadores e a retomada da produção de fertilizantes na unidade do Paraná (Fafen-PR) com segurança adequada. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram 731 acidentes de trabalho no setor de óleo e gás em 2024, com 78 feridos graves. Houve 6 mortes no ano.
A categoria petroleira também reivindica melhores condições de trabalho e segurança para os prestadores de serviços, com ênfase na melhoria da fiscalização dos contratos e a eliminação da escala 6×1, que prejudica esses trabalhadores. Por fim, a greve exige a igualdade de direitos entre os trabalhadores antigos e novos, incluindo os adicionais de transferência e ajuda de custos.
O movimento visa garantir direitos, segurança e melhores condições de trabalho para todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás.
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