A empresa continua sendo conduzida pela administração bolsonarista, que corre contra o tempo para tocar as privatizações
[Da comunicação da FUP]
A diretoria da Petrobrás, que segue ocupada por integrantes indicados pelo governo Bolsonaro, corre contra o tempo para concluir as privatizações iniciadas na gestão anterior. A empresa comunicou ao mercado nesta sexta-feira, 17, que pretende manter a venda de ativos que estão em fase de assinatura de contratos.
Isso pode significar a retomada da privatização dos ativos que já tiveram signing (pré contrato assinado). São eles: Polo Norte Capixaba, Polos Golfinho e Camarupim (ES), Polos Pescada e Potiguar (RN) e Lubnor (CE). Os demais permanecem com processo de venda suspenso para análise. A decisão ainda será avaliada pelo Conselho de Administração.
Em nota à imprensa, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que “o governo Lula precisa assumir a Petrobrás. A companhia continua sendo conduzida pela administração bolsonarista, que corre contra o tempo para tocar a privatização de ativos”.
A decisão da diretoria executiva acontece duas semanas após ofício do Ministério de Minas e Energia (MME) pedindo à Petrobrás a suspensão, por 90 dias, da venda de ativos da petroleira, para análise e reavaliação. “Muito estranho e surpreendente deliberar questão complexa em tão curto espaço de tempo. Não esperaram os 90 dias”, diz Bacelar.
Em seu entender, a decisão de seguir com as vendas foi deliberadamente facilitada pelo “texto dúbio e pouco explícito do ofício original do MME, que dá brechas a recuos e interpretações”.
No documento enviado à Petrobrás em 1° de março último, o MME justificou o pedido à reavaliação, em andamento, da Política Energética Nacional e à reformulação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “No entanto, o tema da suspensão da privatização de ativos não foi sequer discutido na reunião extraordinária do CNPE realizada nesta sexta-feira, 17”, acrescenta o dirigente da FUP.
Ele observa ainda que a diretoria da Petrobrás indicada pelo novo governo ainda não foi nomeada, em função de trâmites internos. “Até lá, permanece no comando da companhia diretores e conselheiros da gestão anterior, embora já tenha quase três meses de governo Lula”, reclama Bacelar.
Em reunião do conselho deliberativo da FUP, nesta sexta, 17, as representações sindicais decidiram encaminhar ao governo proposta para que a União, acionista controladora da Petrobrás, oriente seus representantes no CA da empresa para que votem pela suspensão das privatizações já no próximo encontro do colegiado.
[Da comunicação da FUP]