A FUP considera desumana a proposta da empresa de contrato por tempo determinado, após todo o sofrimento imposto aos trabalhadores de Araucária, ao longo desses quatro anos de demissão arbitrária
[Da imprensa da FUP]
A FUP e o Sindiquímica Paraná tornaram a se reunir ontem (07/05) com representantes da Petrobrás buscando o atendimento dos pontos considerados essenciais para o fechamento do Acordo Coletivo para retorno dos ex-empregados da Fafen PR. A gestão da empresa, no entanto, insiste em um modelo de contrato por tempo determinado e que discrimina os trabalhadores.
As lideranças sindicais enfatizaram que o ACT deve ter a mesma validade que é praticada em todo o Sistema Petrobrás. Outro ponto de discordância com a empresa é em relação ao número de trabalhadores abrangidos pelo Acordo. A proposta da gestão tem por foco o retorno de apenas 261 petroquímicos, deixando de fora 135 trabalhadores diretos que atuavam na fábrica, antes de serem sumariamente demitidos no fechamento da unidade.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que as condições estabelecidas pela Petrobrás são inviáveis, pois é desumano apresentar um contrato para retorno dos trabalhadores por tempo determinado, após todo o sofrimento que a empresa impôs à categoria ao longo desses quatro anos de demissão arbitrária. “Nós fizemos uma greve em fevereiro de 2020 e faremos outra se for necessário”, avisou o líder petroleiro.
A FUP vem buscando uma saída negociada para o impasse estabelecido pela gestão da Petrobrás. “Nosso objetivo é chegar a um acordo antes da audiência de conciliação com o TST, que está marcada para a próxima segunda-feira (13). Mas, se a empresa continuar insistindo em contrato provisório e rebaixado, que deixa de fora companheiros aposentados e do administrativo, não há acordo com a gente. Não vamos deixar nenhum companheiro pelo caminho, após tudo o que passamos”, afirma o diretor do Sindiquímica PR, Ademir Silva.
Nesta quinta-feira, 09, a FUP e seus sindicatos realizam um Conselho Deliberativo para discutir um calendário nacional de mobilizações que inclui pautas diversas da categoria petroleira, cujas negociações estão enfrentando obstáculos para avançar, em função das travas impostas por setores bolsonaristas do Sistema Petrobrás. A reabertura da Fafen PR, com retorno imediato dos trabalhadores; o fim dos afretamentos de plataformas e navios; a implementação de uma solução negociada para os equacionamentos da Petros, entre outras bandeiras de luta, são compromissos assumidos pelo governo Lula, que, portanto, precisam ser priorizados pela gestão da Petrobrás.