[Cobertura da imprensa do Sindipetro-RS e do Sindipetro-CE/PI]
Na noite desta quinta-feira (03), o XIX Congresso Nacional da FUP reuniu em Cajamar (SP) importantes lideranças políticas e representantes de movimentos sociais progressistas. O evento discutiu os desafios enfrentados pelo Brasil, destacando a necessidade de reconstrução em diversas áreas, como a industrialização, a educação e a disputa política contínua. A presidenta do Sindipetro-RS, Miriam Cabreira, apresentou o primeiro painel do congresso, intitulado “Os Desafios da Reconstrução”.
O primeiro a falar foi Ademir Caetano, da Direção Nacional do PCdoB, que destacou a vitória do presidente Lula nas eleições após seis anos de “ditadura e fascismo”, que resultaram em ataques aos direitos dos trabalhadores. Caetano ressaltou a importância dos movimentos sociais em reverter o que foi retirado durante esse período, tanto no âmbito político, atuando no congresso, quanto nas ruas, mobilizando a sociedade.
“Nós ganhamos a eleição, mas ainda não ganhamos a sociedade”, afirmou Ademir Caetano, enfatizando a importância da formação política e ideológica contínua para transformar a teoria da luta de classes em prática concreta. Ele destacou a necessidade de retomar setores estratégicos da economia, como o petroquímico, o refino e o transporte, além da reestatização do sistema Eletrobrás, defendendo que energia e água não devem ser tratadas como mercadorias.
“É importante salientar que precisamos reconstruir esse país. Tivemos um país destruído e o que não conseguiram foi graças a nossa resistência. É preciso investir na estrutura do nosso país num processo de reindustrialização, precisamos a protagonizar no refino, extração, transporte. A energia tem que estar na mão do estado e na mão do povo. É questão de honra disputar, não é fácil. Temos que investir na redemocratização desse país, sem democracia não há avanço, não há debate e desenvolvimento”, frisou Caetano.
Camila Lisboa, a primeira presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e dirigente do PSOL, também fez uma intervenção, criticando ideias reacionárias e discriminatórias que têm sido disseminadas. Camila, iniciou sua fala saudando a maior representação de mulheres na composição eleita para a coordenação da FUP, enfatizando que a luta da mulher trabalhadora é uma luta que acontece há anos, mas que apesar dos avanços, ainda tem muitos desafios pela frente.
Segundo a presidenta dos Metroviários de São Paulo, para vencer os desafios da reconstrução a sociedade precisa enfrentar os quatro elementos que contribuem para a sensação de “fim do mundo” e de desânimo, o que reflete diretamente na saúde mental da classe operária. São eles: a crise do capitalismo, a crise climática, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ascensão da extrema direita e do neofascismo no cenário mundial: “São quatro elementos da situação mundial que reflete a relação de força social e política no qual a nossa luta esta inserida”.
A terceira painelista da mesa, Mônica Valente, secretária executiva do Foro de São Paulo e dirigente do PT, destacou o desafio de derrotar as ideias bolsonaristas, que ainda não foram completamente superadas. Ela celebrou a vitória contra o modelo econômico privatista e neoliberal e ressaltou a importância de diversificar a economia, deixando de ser meramente um exportador de commodities e buscando a reindustrialização do país. Valente também enfatizou a importância da disputa das ideias para conquistar o apoio da população brasileira e resgatar a soberania do Brasil.
O XIX Confup prossegue até domingo (06). As mesas temáticas estão sendo transmitidas ao vivo pelo canal de Youtube da FUP.
Veja a programação desta sexta (04):
> 9h – Mesa 2 – Os 70 anos da Petrobrás: passado, presente e futuro que queremos
> 13h – Mesa 3 – Novas fronteiras e transição energética: desafios para os trabalhadores
> 16h – Mesa 4 – Sindicato na luta contra assédios e opressões no Chão de Fábrica