Na semana passada o Sindipetro-RS esteve reunido pela segunda vez com a gestão da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) para tratar da Parada de Manutenção que deve iniciar nos próximos dias e cujos trabalhos preparatórios já estão em andamento. Como tem sido em todos os eventos, o Sindicato procura garantir que as condições para os trabalhadores nesses momentos especiais, sejam as melhores possíveis, principalmente tendo em vista o grande contingente de trabalhadores (as) que atuam no evento.
Em debates com os trabalhadores, uma das deliberações foi quanto a jornada, que deve ser de 8 horas com extensão por mais duas, se for necessário. Nesse item, a Refinaria está trabalhando nas tabelas de pessoal, para garantir a previsibilidade dos dias de trabalho e as folgas, de forma que as pessoas possam planejar e organizar suas vidas.
Novo formato
O novo formato para as Paradas definido pela Petrobrás, com partidas em série, tem alongado o período da Parada, o que, no caso da Refap, será de quase três meses. Alguns setores estarão envolvidos durante todo o tempo, como a manutenção, a inspeção, a SMS, e para esses setores, o Sindicato solicitou que os trabalhadores (as) tenham pelo menos um final de semana completo de folga por mês. Para os demais setores, como Destilação e Coque, também foi solicitado ao menos um final de semana completo para os envolvidos na Parada dessas Unidades.
Pontos positivos
Na reunião também foram apontados alguns pontos considerados positivos, como os materiais de combate ao assédio moral disponibilizados em diferentes locais e um container para acolhimento, itens que atendem a solicitações antigas do Sindicato. Os dirigentes sindicais cobraram que a Petrobrás fiscalize e acompanhe como vai funcionar a hospedagem dos trabalhadores das empresas contratadas que virão de outros estados para prestar serviço na Parada. Lembraram que no último evento se chegou ao extremo de ter denúncia de trabalho análogo à escravidão, justamente por conta das situações precárias em que os trabalhadores estavam em alojamentos, com salários baixos, hospedagem em péssimas condições, que culminou numa greve. Nesse sentido, cobraram que a empresa faça esse acompanhamento. A empresa informou que disponibilizará R$ 800 de auxílio moradia por trabalhador, mais o vale-transporte e a passagem de ida e volta.
O Sindicato criticou essa modalidade, porque transfere para o trabalhador uma responsabilidade que é da empresa. Mas, segundo a empresa, a questão foi acordada com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos, que representa boa parte dos trabalhadores terceirizados. Outra importante informação foi em relação ao monitoramento ambiental, que a empresa fará online, com pontos de monitoramento ambiental das emissões, da presença de VOC, de benzeno e outros contaminantes, de modo que se tiver presença de hidrocarboneto nas unidades durante a liberação e o condicionamento, ações imediatas poderão ser tomadas. Para o Sindicato este é um grande avanço e uma importante medida para a melhoria do ambiente de trabalho. Quanto ao monitoramento biológico, feito em todas as Paradas, a empresa garantiu que está com um contrato robusto para poder fazer toda a logística das coletas do material biológico.
Na reunião foram tratados, ainda temas como logística de transporte, EPIs, instalações, alimentação, portarias, banheiros e vestiários, área de convivência, rádios, entre outros.
O Sindipetro-RS reforça que está acompanhando o trabalho de organização de perto e se manterá vigilante durante toda a Parada, para atender imediatamente a qualquer situação que diga respeito a saúde, segurança e bem-estar de todos os trabalhadores, bem como no que diz respeito a seus direitos. Qualquer situação de desconformidade é importante procurar o Sindicato imediatamente.