Privatiza que piora

Sindipetro Amazonas denuncia demissões na Ream

Foto: Sindipetro Amazonas

Segundo sindicato, demissão em massa na Refinaria do Amazonas (REAM) tem como objetivo transformar refinería em terminal de distribuição

[Da Comunicação da FUP, com informações do Sindipetro Amazonas]

A Refinaria do Amazonas (REAM) vai demitir cerca de 75 trabalhadores da sua base operacional, provocando uma drástica redução no efetivo da planta. O Sindipetro Amazonas, filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) está mobilizado e denuncia que a medida compromete a operação da empresa, em especial com a sua atividade primária, que é a do refino, e tem como objetivo final converter a unidade em um terminal de distribuição.

“No aspecto jurídico, essas demissões podem estar descumprindo questões regulatórias e condicionais, firmadas durante a venda da Reman, como, por exemplo, a obrigatoriedade de manutenção e ampliação da atividade de refino, garantindo autonomia para atender o mercado regional, o que atualmente está em risco”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-AM, Marcos Ribeiro.

O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirma que “é um absurdo o que estamos vendo acontecer não só no Amazonas, mas em todo o norte do Brasil, uma refinaria que não refina e que agora de fato está prestes a se tornar apenas um terminal de distribuição de combustíveis, ou seja, dos derivados do petróleo”. Bacelar afirma que a FUP e Sindipetro AM estão em luta: “Estamos fazendo as denúncias correspondentes e na luta para que a refinaria se mantenha em funcionamento, gerando emprego, gerando renda e riquezas para o estado do amazonas a partir do refino do petróleo que chega a refinaria”.
Para resguardar os direitos dos trabalhadores e garantir a continuidade das operações de refino na Ream, o Sindipetro-AM protocolou uma denúncia formal a entidades de controle da refinaria, como o CADE e a ANP, apresentando ofício também para o Ministério de Minas e Energia e o Ministério Público do Trabalho. Nesta segunda-feira (12), o sindicato realizou uma manifestação em frente à refinaria controlada pelo Grupo Atem e promete mais mobilizações contra as demissões e na luta para garantir que a refinaria continue cumprindo seu papel na região.

Segurança dos trabalhadores

Além das preocupações com o desenvolvimento local e regional, o Sindipetro-AM também pontuou questões trabalhistas, uma vez que a empresa não apresentou laudo técnico que comprove a viabilidade de operação com segurança para os trabalhadores que seguirão na atividade.

“É preciso cuidar não apenas do trabalhador que será demitido, mas também dos que ficarão, uma vez que pode haver um acúmulo de funções e demandas, colocando a saúde e a integridade física e mental desses trabalhadores em risco, assim como a própria unidade”, alerta Ribeiro, que coloca o Sindicato à disposição dos trabalhadores.