Os sindicatos da FUP seguem debatendo com os trabalhadores a construção de uma grande greve nacional, caso o governo Bolsonaro leve adiante a proposta de privatização da Petrobras. O presidente e seu ministro Paulo Guedes já anunciaram que estão discutindo com as lideranças do governo no Congresso Nacional a apresentação de um projeto de lei que autoriza a entregar ao mercado financeiro das ações da Petrobrás que ainda estão sob controle do Estado brasileiro.
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Para se contrapor a mais este ataque, o Conselho Deliberativo da FUP indicou a realização de setoriais em todas as bases até o dia 12 de novembro para que os trabalhadores apresentem propostas para construção de uma nova greve nacional. Os sindicatos também estão aproveitando o espaço das assembleias setoriais para discutir com os trabalhadores mobilizações contra os desmandos dos gestores da Petrobrás, como a imposição de forma unilateral da tabela de turno 3×2.
Sem acordo com o TST
A gestão da Petrobrás continua agindo de má fé, na tentativa de confundir os trabalhadores que rejeitaram nas assembleias a tabela 3×2 (três dias de trabalho e dois dias de descanso) que a empresa quer empurrar goela abaixo da categoria. A reunião com o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, realizada no último dia 27, não avançou para a construção de uma nova proposta, como tentam fazer crer os gestores da Petrobrás.
A mediação foi realizada a partir de provocação feita pelo Sindipetro Duque de Caxias, após o TST suspender a liminar que garantia a manutenção da tabela de turno na Termoelétrica (UTE-GLB) e na Reduc. A FUP participou da audiência apenas como convidada, na tentativa de buscar uma alternativa para o impasse criado pela gestão da Petrobrás, que vem descumprindo sistematicamente o compromisso firmado com os trabalhadores no final da greve de fevereiro de 2020, de que implementaria somente as tabelas de turno que fossem negociadas com as entidades sindicais e aprovadas nas assembleias.
A assessoria jurídica da FUP chama atenção para o fato de que o Acordo de Tabela de Turno que foi negociado pelo Sindipetro Caxias no TST produzirá efeitos somente para os empregados da Reduc e da UTE-GLB, que já estão concluindo as assembleias de aprovação da minuta, mas não alcança os demais sindicatos.
Ou seja, não há nada de novo em relação ao que já foi decidido pelos trabalhadores nas assembleias realizadas em setembro, quando a categoria voltou a afirmar que não aceita a tabela 3×2 e aprovou mobilizações para se contrapor a imposição feita pela Petrobrás. Com o esgotamento das possibilidades jurídicas de avanço em relação a esta questão, mais do que nunca, é fundamental que os petroleiros intensifiquem a luta, participando ativamente das setoriais que estão discutindo a construção de uma grande greve nacional contra o projeto de privatização da Petrobrás que Bolsonaro está costurando para levar ao Congresso Nacional.
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[Imprensa da FUP | Foto: Sindipetro ES]