Após mobilização, Sindipetro, prefeitos e vereadores se reuniram com a direção da ANP
Prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais, além de representantes de diversos sindicatos, centrais sindicais e associações de moradores compareceram ao ato convocado pelo Sindipetro-BA em protesto à paralisação dos campos de petróleo e gás da Petrobrás na Bahia. A mobilização aconteceu na manhã da segunda-feira (19), em frente à filial da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Salvador.
A decisão da ANP de paralisar todas as atividades dos campos da Petrobrás na Bahia, após auditoria ter encontrado problemas e irregularidades causou indignação e foi considerada radical pelas prefeituras das cidades atingidas, pelo movimento sindical petroleiro e pela própria Petrobrás.
O processo de paralisação dos 37 campos de produção de petróleo e gás foi iniciado na quinta-feira (15) pela Petrobrás e a previsão é que até o início do mês de janeiro de 2023 toda a produção desses campos esteja zerada. O que vai impactar cerca de 4.500 trabalhadores e provocar perda de receita como royalties e ISS para os municípios de Esplanada, Cardeal da Silva, Entre Rios, Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araças.
Vereadores destas sete cidades, além de vereadores do município de Pojuca (cidade também produtora de petróleo) compareceram ao ato demonstrando grande preocupação com o que pode vir a acontecer, pois, segundo eles os setores de comércio e serviços das cidades também serão atingidos, pois haverá uma considerável redução da circulação do dinheiro, proveniente dos salários desses empregados que podem ser demitidos.
“A Bahia vê estarrecida mais este ataque no apagar das luzes deste governo que deixa uma triste memória”, afirmou o Deputado Federal, Joseildo Ramos (PT-BA).
O Deputado Federal Jorge Solla (PT-BA) lembrou que “apesar de faltarem apenas 12 dias para o fim do governo, Bolsonaro continua destruindo o nosso país, tomando medidas absurdas em todas as áreas, como fez com os campos de petróleo da Petrobrás”.
A presidenta da CUT Bahia, Leninha, afirmou que “nesses últimos tempos nossos dias têm sido de muita luta para garantir os direitos dos trabalhadores, pois o governo Bolsonaro colocou em prática, até o fim, um plano para destruir o Nordeste e, particularmente a Bahia, onde ele nunca ganhou as eleições”.
A prefeita de São Sebastião do Passé, Nilza da Mata (Progressistas) também marcou presença na mobilização, assim como a Deputada Estadual, Maria Del Carmen (PT-BA), a vereadora de Salvador, Maria Marighela (PT), o presidente da Câmara de Vereadores de Alagoinhas, vereador Cleto da Banana (PSD), a vereadora Juci Cardoso (PCdoB), entre outros, além de representantes do Sindae, Sittican, Sintel, Aepet, Abraspet e Astape.
O prefeito de Entre Rios, Manoelito Argolo (Solidaridade), compareceu ao ato acompanhado de todos os vereadores da sua cidade. Em sua fala, Manoelito foi enfático ao defender os empregos que estão ameaçados “Nós não viemos aqui preocupados somente com a receita dos municípios. Queremos manter os empregos diretos e indiretos e depois pensar na arrecadação, pois as demissões terão um impacto profundo, atingindo também outros negócios, como, por exemplo, hotéis, pousadas e restaurantes”.
O Diretor de Comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, falou sobre o objetivo do ato “estamos todos aqui defendendo os empregos, o impulsionamento da Petrobrás como empresa pública para gerar desenvolvimento para o nosso estado e juntando todas essas pessoas, lideranças sindicais e parlamentares de diversos partidos estamos mostrando a unidade de diversas forças e representações”.
Em busca de solução
O Sindipetro sustenta que os problemas encontrados podem ser resolvidos sem necessidade de paralisação total dos campos, que pode durar mais de seis meses.
Após a mobilização, diretores da entidade sindical participaram de mais uma reunião com a ANP (a terceira), que também contou com a presença dos prefeitos de Cardeal da Silva, Branco Sales (PP), de Esplanada, José Naldinho dos Santos (PSDB), de Entre Rios, Manoelito Argolo (Solidariedade), assim como vereadores das três cidades.
A entidade sindical já se reuniu ainda com a direção da Petrobrás, no Rio de Janeiro, em busca de uma solução que não prejudique os trabalhadores e a economia da Bahia. O Sindipetro também pediu a mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) para resolver o conflito.
O Coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, afirma que a luta vai continuar nas esferas sindical, política e jurídica. “Vamos resistir e fazer o que for necessário para reverter essa decisão da ANP”.
[Sindipetro Bahia]