Forte e integrada

Reeleita para o CA, Rosangela Buzanelli espera reconstrução da Petrobrás a partir de 2023

Foto: Divulgação

Respaldada por mais de 66% dos votos, a representante dos trabalhadores resiste ao projeto de desmonte e privatização fatiada da estatal

[Da comunicação CNQ, com informações da FUP]

Reeleita com maioria absoluta para representar os trabalhadores e as trabalhadoras da Petrobras no Conselho Administrativo (CA) da estatal, Rosangela Buzanelli reitera estar pronta para defender a empresa, sob a ótica da categoria petroleira. Ela aposta que este ano será o último de um ciclo de desmontes, iniciado com a Operação Lava-Jato e agravado após o golpe de 2016.

“Essa foi uma das razões pelas quais eu topei esse desafio”, diz a petroleira, que acredita que os dois anos de seu próximo mandato marcarão a transição da fase atual para a de reconstrução da Petrobras “gigante, forte, resiliente e sustentável”, a partir da derrota de Jair Bolsonaro nas urnas e da iminente eleição de Lula.

Nos dois anos de seu primeiro mandato, o principal desafio, segundo a conselheira, foi resistir ao processo de privatização fatiada, que já havia sido iniciado com a venda da BR Distribuidora, em 2020, e que estava bem encaminhado em outras frentes, com o respaldo da gestão federal e da ampla maioria do Conselho Administrativo.

“Isso vai continuar em 2022 e, em 2023, teremos que reconstruir essa empresa, para que volte a servir aos interesses do povo brasileiro. É uma empresa que começou do zero, contra tudo e todos, e que chegou a ser a quinta maior do setor energético do mundo. A Petrobras e a Eletrobras têm o papel de defender a autonomia nacional. Petróleo não é comodity. O petróleo move guerras ao redor do mundo. Nesse sentido, a Petrobras não pode se limitar a explorar o pré-sal e vender no eixo Rio-São Paulo. Precisa estar em todo o País, como vetor do desenvolvimento nacional”, defende Rosangela.

A conselheira destaca a importância de os trabalhadores e trabalhadoras terem, em sua maioria, sua visão sobre a empresa defendida dentro do CA – espaço conquistado em 2010 –, mesmo no atual contexto, de derrotas nas questões estratégicas.

“Mesmo perdendo, nós deixamos registradas nossas posições, qualificamos o debate e o nosso voto. A maioria do Conselho Administração não conhece a Petrobras. Somos nós, trabalhadores e trabalhadores, que sabemos o dia a dia, a realidade”, avalia Rosangela, que, em março, completa 35 anos de Petrobras, com vasto conhecimento da empresa e experiência profissional nas áreas operacional e administrativa.

Unidade

Com votos de 66,03% (mais do que o dobro dos demais candidatos – todos homens), a conselheira reeleita cita que sua vitória foi coletiva e destacou o papel da CNQ-CUT nessa construção.

Presidente da CNQ, Geralcino Texieira atribuiu o resultado da eleição à unidade da classe trabalhadora e à energia e à contundência de Rosangela no CA da Petrobras.

“Foram 5.455 demonstrações de confiança. Uma vitória muito bonita. É muito legal contarmos com uma mulher forte como a companheira Rosangela representando uma categoria majoritariamente masculina, garantindo que a visão dos companheiros e companheiras esteja muito bem representada. Fiz questão de parabenizá-la e reitero meus votos de sucesso publicamente”, destaca Geralcino.

A campanha vitoriosa envolveu a FUP (Federação Única dos Petroleiros) – filiada à CNQ -, a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), todos os sindicatos de petroleiros, além da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras) e da Anapetro (Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras).