Redução de 3% no preço da gasolina nas refinarias não altera em nada o custo de vida dos brasileiros

O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, lembra que os preços dos combustíveis continuam descolados da realidade dos brasileiros, que sofrem com a disparada da inflação, pressionada pela cruel política de preços da gestão da Petrobrás

[Da imprensa da FUP]

A redução ínfima de 3% no preço do litro da gasolina anunciada pela Petrobras não altera em nada a vida dos brasileiros, nem sinaliza mudanças na política de preços abusvios que a gestão da empresa vem praticando desde 2016, ao reajustar os combustíveis com base no Preço de Paridade de Importação (PPI).

“A redução de apenas 10 centavos no preço da gasolina para as distribuidoras em nada mudará o custo de vida do cidadão brasileiro. Sabemos, infelizmente, que a estatal terá dificuldade repassar para o consumidor a baixa de 18,7% no barril de petróleo, reduzindo também os preços dos derivados nas suas refinarias, tendo em vista os compromissos feitos com os seus acionistas”, afirma o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

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Segundo o dirigente, essa baixa insignificante acontece depois de reajustes acumulados no ano de 60% e que fizeram da gasolina o principal item da inflação. Os preços dos combustíveis estão descolados da realidade dos brasileiros, que sofrem com a disparada da inflação, pressionada pela cruel política de preços da gestão da Petrobrás. “Para mudar esta realidade, basta a empresa parar de usar somente a cotação do petróleo e do dólar e os custos de importação e passar a considerar também os custos nacionais de produção”, afirma Bacelar, lembrando que 90% dos derivados de petróleo que o Brasil consome são produzidos no Brasil, em refinarias da Petrobrás.

Inflação em disparada

Como vem acontecendo ao longo do ano, a disparada dos preços dos derivados de petróleo no Brasil – principalmente, gasolina, diesel e gás de cozinha –  voltou a pressionar a inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já acumula alta de 9,26% no ano e atingiu 10,74%, nos últimos 12 meses, a maior taxa registrada desde novembro de 2003, segundo o IBGE.

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Em novembro, os ítens combustíveis e energia foram os que mais influenciaram o resultado da inflação. Apenas a gasolina, que subiu 7,38% no mês, foi responsável por metade da inflação do mês: 0,46 ponto percentual do IPCA de 0,95%. Nos últimos 12 meses, o combustível acumula aumento de 50,78%. O IBGE também registrou altas no etanol (10,53%), óleo diesel (7,48%) e gás veicular (4,30%). Com isso, o grupo Transportes subiu 3,35%.