Sindicalistas discutiram pelo país afora medidas para retomar a atividade do setor, com geração de empregos e inclusão social. Petroleiros participaram dos debates
[FUP, com informações da Rede Brasil Atual e da CUT]
A retomada de um processo de desenvolvimento da indústria passa por um “pacto” do setor produtivo, inclusivo e sustentável. Além disso, é preciso uma forte articulação com a educação básica, fomentando a formação e a qualificação profissional. Esse foi o principal diagnóstico apontado pelo ciclo de dois meses de debates que a IndustriALL Brasil realizou pelo país afora e que foi concluído na última terça-feira (20), em encontro realizado na capital paulista.
A IndustriALL Brasil reúne entidades sindicais do setor industrial ligadas à CUT e à Força Sindical. Entre as principais propostas que foram discutidas, também tiveram destaque o desenvolvimento de centros de pesquisa e a inserção dos trabalhadores no debate sobre a reindustrialização. Os sindicalistas defendem ainda uma reforma tributária “solidária e progressiva” e estímulo ao comércio exterior, entre outras estratégias.
Essa visão estratégica faz parte do Plano Indústria 10+, que inclui no processo de recuperação da indústria questões como educação pública de qualidade, moradia, saneamento básico e transporte.
Debate pelo país
Ao longo dos últimos dois meses, a IndustriALL Brasil percorreu nove estados brasileiros, realizando o seminário “Futuro da Indústria: Desafios da Política Industrial”, em parceria com a Sask (centro de solidariedade sindical finlandês) e a IndustriAll Global Union.
No último dia 19, o evento foi realizado na sede da Federação Única dos Petroleiros, no Rio de Janeiro, com participação de sindicalistas da CUT e da Força Sindical e técnicos do Dieese. O diretor da FUP e da IndustriALL Brasil, Gerson Castellano, ressaltou a importância da unidade entre as centrais e da internacionalização da luta sindical: “não podemos dissociar as práticas que temos no Brasil com as que ocorrem no mundo, fomentar essas relações são experiências importantes, aumentam os níveis de discussão e ampliam o entendimento geral para o desenvolvimento da indústria”.
Em todos os estados onde ocorreram etapas regionais do seminário, os sindicatos da FUP estiveram presentes.
“Precisamos discutir alternativas para os próximos anos. Não só a política industrial, mas os desdobramentos da política industrial e da reindustrialização no Brasil”, afirmou o economista Altair Garcia, do Dieese. “Esse tema é fundamental para pensar o desenvolvimento e as repercussões que a indústria pode ter do ponto de vista dos rumos do país, seja do ponto de vista ambiental como da geração de empregos”, acrescentou.
O plano Indústria 10+ visa a articular uma política industrial nacional, lembram os sindicalistas, com foco em inovações tecnológicas, entre outros temas. Os trabalhadores apontam a necessidade de ampliar a atividade econômica, que não pode se basear apenas em um setor – no caso, o agronegócio.
Por isso, o debate precisa envolver todas as áreas, lembra o presidente da IndustriALL Brasil o metalúrgico Aroaldo da Silva. “A IndustriALL Brasil nasce justamente com esse objetivo, buscando o diálogo e a sinergia de todo este acúmulo gerado pelo debate dos setores e das regiões”, afirma. “Esse debate está ligado não só à questão do emprego e da sobrevivência das famílias, mas, sobretudo, ao desenvolvimento dos mais diversos setores, garantindo o fortalecimento produtivo, a pauta sustentável e a modernização tecnológica”.