Ruptura na passagem de conhecimento

Problemas causados pela redução do efetivo na Petrobrás escancaram urgência na abertura de novos concursos públicos

FUP expõe em ofício ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, consequências das ações da antiga gestão da empresa em priorizar a privatização de seus ativos em detrimento da preservação da Petrobrás como empresa propulsora do desenvolvimento nacional sendo capaz de gerar novos empregos e serviços. E destaca a gravidade do vácuo gerado entre a saída de cerca de 45 mil trabalhadores nos últimos anos e a ausência de abertura de novos concursos públicos. O espaço vazio gerou uma ruptura na passagem de conhecimento entre os trabalhadores mais experientes e os poucos novos que agora vão entrando, esse período de transição é necessário para se formar um profissional que vai trabalhar de maneira efetiva e segura.

Segundo Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, as gestões de Temer e Bolsonaro “seguiram a cartilha neoliberal de destruição e sucateamento da Companhia e não realizaram concursos públicos para reposição dos trabalhadores, tanto das áreas operacionais, quanto administrativas. ” A exceção foi o concurso PSP RH 2021.1, que segundo informação da página da Cebraspe, instituição organizadora do concurso, a Petrobrás admitiu aproximadamente 750 novos empregados, que atuam desde agosto e setembro últimos. Em dezembro convocou cerca de 300 pessoas aprovadas e que faziam parte do cadastro de reserva. A previsão é que este grupo inicie suas atividades a partir deste mês. Mas, a FUP continua cobrando o uso do máximo de vagas do cadastro de reserva para melhor aproveitamento desse concurso público.

Deyvid recorda que durante os governos Lula e Dilma (2002-2016), o Sistema Petrobrás realizou diversos concursos públicos para cargos de níveis médio e superior e isso se deu em razão do aumento de investimentos, da descoberta do Pré-Sal, do aumento da capacidade do refino e da exploração e dos investimentos nas subsidiárias. “A Petrobrás contava com, aproximadamente, 86 mil empregados, em 2013. Porém, a Lava-Jato, as nefastas privatizações realizadas pelos governos Temer e Bolsonaro, e os diversos PIDV’s sangraram a Companhia e reduziram o número de trabalhadores para cerca de 45 mil, em 2021.” O maior resultado dos desligamentos vem de programas de demissão voluntária. De 2016 a 2021, a Petrobras teve 5 planos desse tipo que resultaram na saída de 17.834 empregados.

No oficio a FUP e os seus sindicatos destacam os seguintes pontos e requerem:

A – A postergação da saída dos trabalhadores pelos PIDV’s pelos próximos 12 meses, até que os representantes do novo governo e da nova gestão da Petrobrás tomem ciência dos impactos da redução do efetivo na Companhia, e

B – A abertura imediata de negociação coletiva com a FUP e os seus sindicatos sobre os impactos da redução do efetivo na Companhia, bem como a necessidade de concursos públicos nas áreas operacional e administrativa da Petrobrás.

C – Convocação imediata dos candidatos aprovados no concurso público (PSP RH 2021.1), mediante a utilização do cadastro de reserva.

D – Realização de novos concursos públicos.