- Publicado em Destaque Principal, Preços dos Combustíveis, Sistema Petrobrás
- quinta-feira, 12 maio 2022 11:45
No Brasil o preço dos combustíveis não para de subir. O governo Bolsonaro utiliza uma bateria de argumentos falsos para enganar a população e se livrar da responsabilidade. Mas a verdade é que o governo é o principal responsável pelos aumentos. Por que? A Federação Única dos Petroleiros responde às principais perguntas que a população brasileira se faz neste momento de crise e aumentos constantes.
Não, a culpa é da gestão da Petrobrás, que, numa tentativa de se livrar de sua responsabilidade pela escalada absurda dos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no país, tenta jogar o problema para os agentes da cadeia produtiva, especialmente os impostos estaduais. O ICMS, alvo favorito do presidente Bolsonaro, não registra aumentos significativos nos últimos anos.
De janeiro a agosto deste ano, a gestão da Petrobrás reajustou a gasolina em suas refinarias em 51%. Em meio à alta da gasolina, que já alcança R$ 7 em alguns estados, a empresa divulgou propaganda mentirosa dizendo que recebe em média R$ 2 a cada litro de gasolina. Mas uma ação civil pública movida por onze estados e o Distrito Federal obrigou a Petrobrás a suspender a publicidade enganosa.
No diesel, o aumento nas refinarias já é de 40% – e a Petrobras é responsável por cerca de metade do valor cobrado nas bombas. Assim como no gás de cozinha, que já aumentou mais de 40% este ano, e onde metade do preço é o valor cobrado pela empresa nas refinarias.
Os reajustes são justificados pela diretoria da Petrobras como sendo “inevitáveis”, por causa do aumento do petróleo no mercado internacional, da cotação do dólar e dos custos de internalização.
Ganham os importadores, perde a população brasileira.No entanto, a gestão da empresa não conta que produz em suas refinarias no Brasil entre 80% a 90% dos derivados de petróleo que a população brasileira consome, mesmo elas operando abaixo de suas capacidades, por uma decisão política da gestão da empresa. Se as refinarias operassem a 100% da sua capacidade, praticamente não precisaríamos importar derivados. Desde 2016 as refinarias da Petrobrás estão operando com cerca de 80% de sua carga total.
Para garantir lucros extraordinários e farta distribuição de dividendos para acionistas da Petrobrás. No balanço divulgado nesta quinta-feira (29), a estatal anunciou o pagamento antecipado de R$ 31,8 bilhões em dividendos aos investidores, que chegarão a R$64,3 bilhões no ano de 2021. Ganham os acionistas, perde o povo brasileiro.
O impacto é enorme. Os combustíveis e gás de cozinha são os grandes responsáveis pela escalada da inflação, que acumula 5,67% nos primeiros oito meses do ano, já acima do teto da meta; e 9,68% em doze meses. A alta nos preços, com consequência perversa no custo de vida dos brasileiros, reflete a inviabilidade da política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Outra grande perversidade da política de reajuste de preços adotada pela gestão da Petrobrás é a alta seguida do diesel. Usado pelos caminhões, seu preço impacta os fretes e, por consequência, os preços de alimentos e produtos em geral.
Produtores do agronegócio já reclamam de reajustes de 50% no frete – e esse aumento vai parar nos supermercados e nas feiras livres. Os preços do arroz, do feijão, da carne, não param de subir. E a diretoria da Petrobrás finge que isso nada tem a ver com ela.
Após o golpe de 2016, a Petrobrás foi sequestrada. Passou de ser uma empresa central do desenvolvimento econômico e social brasileiro, que atuava na maioria dos elos da cadeia produtiva de combustíveis a ser uma mera exploradora do petróleo do pré-sal, fonte de lucro dos acionistas. Sumiu, junto com a mudança no seu papel, a responsabilidade social da empresa e seu compromisso com o povo brasileiro e a nação.
O PPI agrava ainda mais as enormes desigualdades sociais no país. Os aumentos gigantescos no gás de cozinha são um claro exemplo disso. O botijão já supera os R$ 100 em muitas regiões. Mortes e ferimentos estão ocorrendo pela substituição do gás por álcool, numa atitude desesperada das pessoas mais pobres para poderem cozinhar. Há ainda aqueles que estão usando lenha, por não terem como pagar pelo gás de cozinha. A gestão da Petrobrás tenta enganar a população ao dizer que não tem culpa sobre essa terrível situação. Sendo a maior empresa controlada pelo governo brasileiro, responsável pelo abastecimento e pela oferta de produtos essenciais, ela tem, sim, importante papel social a cumprir.
No entanto, a diretoria da Petrobrás alimenta a crise, pressionando a inflação, desfazendo-se de ativos importantes e aumentando, assim, o desemprego, e com isso reduzindo ainda mais a renda de brasileiras e brasileiros.
Por causa da injusta política de preços de importação praticada pela gestão da Petrobrás, que penaliza os brasileiros. Chamada de Preço de Paridade de Importação (PPI), foi adotada em outubro de 2016, durante a gestão Temer, após o golpe contra Dilma Rousseff, e é mantida pelo governo Bolsonaro. Essa política de reajustes constantes dos preços no mercado interno acompanha as cotações do petróleo no mercado internacional, a variação do dólar e os custos de importação. E não considera que o Brasil é exportador de petróleo e tem um parque nacional de refino que pode produzir integralmente quase todos os derivados que o país consome.
Não, a culpa é do governo federal que autoriza a gestão da Petrobrás a praticar o PPI. Numa tentativa de se livrar de sua responsabilidade pela escalada absurda dos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no país, o governo tenta jogar o problema para os agentes da cadeia produtiva, especialmente os impostos estaduais. O ICMS, alvo favorito do presidente Bolsonaro, não registra aumentos significativos nos últimos anos.
Os reajustes são justificados pela diretoria da Petrobrás como sendo “inevitáveis”, por causa do aumento do petróleo no mercado internacional, da cotação do dólar e dos custos de internalização. Ganham os importadores, perde a população brasileira.
No entanto, a gestão da empresa não conta que produz em suas refinarias no Brasil entre 80% a 90% dos derivados de petróleo que a população brasileira consome, mesmo elas operando abaixo de suas capacidades, por uma decisão política da gestão da empresa. Se as refinarias operassem a 100% da sua capacidade, praticamente não precisaríamos importar derivados. Desde 2016 as refinarias da Petrobrás estão operando com cerca de 80% de sua carga total.
Para garantir lucros extraordinários e farta distribuição de dividendos para acionistas da Petrobrás. Os governos Temer e Bolsonaro se desfizeram de boa parte das ações que estavam sob o controle do Estado. Por conta disso, as ações da estatal estão concentradas em fundos de investimentos privados, muitos deles estrangeiros, que são os grandes beneficiados pelos lucros extraordinários que a Petrobrás vem registrando ao aumentar o seu caixa com as privatizações e a política de preços abusivos dos combustíveis.
Hoje, os acionistas privados detêm 81,5% das ações preferenciais e 49,7%, das ações ordinárias (com direito a voto). Mas, a União ainda é a principal controladora da Petrobrás, com 50,3% das ações ordinárias, ou seja, com direito a voto. No entanto, os entes estatais têm apenas 18,5% das ações preferenciais. Por conta disso, o Estado brasileiro tem hoje 36,6% do capital total da Petrobrás, enquanto os outros 63,4% estão sob o controle dos acionistas privados, sendo que 45% deles são de fora do Brasil.
Os reajustes abusivos dos combustíveis, portanto, favorecem os acionistas privados, que receberam só em 2021 mais de R$ 100 bilhões em dividendos. Tudo isso, com o aval do governo Bolsonaro, que, por ser o acionista controlador da Petrobrás, é quem indica o presidente da empresa, a maioria do Conselho de Administração e a Diretoria Executiva da estatal.
O impacto é enorme. Os combustíveis e gás de cozinha são os grandes responsáveis pela escalada da inflação, que já é a maior nas últimas duas décadas, acumulando mais de 12% em doze meses. A alta nos preços, com consequência perversa no custo de vida dos brasileiros, reflete a inviabilidade da política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Outra grande perversidade da política de reajuste de preços adotada pela gestão da Petrobrás é a alta seguida do diesel. Usado pelos caminhões, seu preço impacta os fretes e, por consequência, os preços de alimentos e produtos em geral.
Com os reajustes constantes no frete, esse aumento vai parar nos supermercados e nas feiras livres. Os preços do arroz, do feijão, da carne, não param de subir. O governo Bolsonaro culpa a gestão da Petrobrás, mas quem indica o comando da empresa é ele.
Os liberais dizem que a quebra de monopólio no refino vai reduzir preço e criar novas refinarias. Mas o monopólio no refino acabou em 1997 com a Lei do Petróleo, durante o governo FHC. De lá para cá, após décadas de mercado de refino aberto no Brasil, nenhuma empresa se interessou em construir refinarias de grande porte como a Petrobrás.
O governo Bolsonaro está privatizando mais da metade do parque de refino a preço vil, mas isso não garante que o capital privado vai investir na ampliação e construção de novas refinarias. Pelo contrário. Após a concretização da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, no final de 2021, os preços dos combustíveis dispararam no Nordeste, devido ao monopólio privado que a Acelen, atual controladora da unidade vem praticando.
Após o golpe de 2016, a Petrobrás foi sequestrada. Deixou de ser uma empresa central do desenvolvimento econômico e social brasileiro, que atuava na maioria dos elos da cadeia produtiva de combustíveis, e hoje é uma mera exploradora do petróleo do pré-sal, fonte de lucro dos acionistas. A responsabilidade social da empresa desapareceu junto com a mudança no seu papel.
A política de Preço de Paridade de Importação (PPI) agrava ainda mais as enormes desigualdades sociais no país. Os aumentos gigantescos no gás de cozinha são um claro exemplo disso. O botijão já supera os R$ 130 em muitas regiões do país. Mortes e ferimentos estão ocorrendo pela substituição do gás por álcool, numa atitude desesperada das pessoas mais pobres para poderem cozinhar. Há ainda aqueles que estão usando lenha, por não terem como pagar pelo gás de cozinha. A gestão da Petrobrás tenta enganar a população ao dizer que não tem culpa sobre essa terrível situação. Sendo a maior empresa controlada pelo governo brasileiro, responsável pelo abastecimento e pela oferta de produtos essenciais, ela tem, sim, importante papel social a cumprir.
No entanto, a diretoria da Petrobrás alimenta a crise, pressionando a inflação, desfazendo-se de ativos importantes e aumentando, assim, o desemprego, e com isso reduzindo ainda mais a renda de brasileiras e brasileiros. E o governo Bolsonaro, controlador da empresa, nada faz de concreto para mudar essa situação.