Nesta quinta-feira, 24, os petroleiros realizaram mais um dia de mobilizações, denunciando os efeitos do desmonte da Petrobrás. Houve atos e paralisações na Refinaria Presidente Vargas (Repar/PR), no Terminal São Francisco do Sul (PR), no Terminal de Suape (PE), na sede da Petrobrás, em Macaé (Norte Fluminense), na sede da Petrobrás em São Paulo (Edisp) e na rodovia BA-523 (Candeias/Bahia), que dá acesso à Refinaria Landulpho Alves (Rlam). As mobilizações fazem parte do calendário de construção da greve por tempo indeterminado que a categoria aprovou para barrar o desmonte do Sistema Petrobrás.
Nos próximos dias, os petroleiros participam de seminários regionais de qualificação de greve, que irão discutir estratégias de controle de produção para serem adotadas durante o movimento. Uma grande mobilização está sendo preparada para o dia 07 de junho, quando o governo Temer pretende realizar mais um leilão de entrega do Pré-Sal. No dia 12 de junho, a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir para definirem a data de início da greve.
Redução dos preços dos combustíveis é pauta dos petroleiros
A greve dos petroleiros é uma resposta à privatização da Petrobrás, que avança agora sobre as refinarias, fábricas de fertilizantes, terminais e dutos da Transpetro. O aumento dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do diesel faz parte do pacote de desmonte que a empresa vem sofrendo nestes dois anos de golpe. Por isso, a greve que a categoria fará tem como eixos principais a redução dos preços dos derivados de petróleo, a retomada da produção das refinarias e o fim das importações de combustíveis.
Leia também: Temer e Parente são os culpados pelos preços abusivos dos combustíveis
Para atender aos interesses do mercado e das importadoras de combustíveis, a gestão Pedro Parente passou a determinar os preços dos derivados nas refinarias de acordo com a variação do barril de petróleo, sem estabelecer qualquer mecanismo de proteção para o consumidor e deixando o país ainda mais vulnerável às crises internacionais. Paralelamente a isso, ele reduziu a carga das refinarias, que estão operando com menos de 75% da capacidade. Na Bahia, por exemplo, a Rlam, maior refinaria do nordeste, está processando menos da metade da carga de petróleo que poderia estar refinando.
Quem paga o preço desse desmonte são os consumidores. Os preços nas refinarias já foram reajustados 216 vezes, desde julho do ano passado. Isso resultou em aumentos de mais de 50% nos preços da gasolina e do diesel, ao longo desse período. Já os preços do GLP tiveram 60% de reajuste, fazendo o botijão de gás de cozinha disparar.
Quem ganha com essa política são as importadoras de combustíveis, cujo número de empresas no Brasil quadruplicou nesses dois anos de golpe. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de derivados importados, enquanto o petróleo produzido no País é exportado para ser refinado lá fora e depois trazido de volta pelas empresas que concorrem com a Petrobrás.
A greve dos petroleiros é para barrar esse desmonte.
Esquenta agita a categoria desde segunda
Segunda-feira (21)
Petroleiros da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e da Usina do Xisto (SIX), no Paraná, realizaram atrasos e manifestações contra o desmonte da Petrobrás. Veja aqui e aqui como foram os atos.
Terça-feira (22)
Os trabalhadores da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no estado do Rio de Janeiro, iniciaram à zero hora cortes na rendição dos turnos em períodos intercalados. Saiba mais aqui. No Paraná, as mobilizações tiveram participação dos trabalhadores do Terminal Aquaviário da Transpetro em Paranaguá (Tepar) e do Grupo 5 da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), unidades que estão com a venda anunciada por Pedro Parente. Na Bahia, a mobilização envolveu os trabalhadores do Terminal de Madre de Deus (Temadre), que também está na lista de privatização, se mobilizarem na terça. Saiba mais aqui. Em São Paulo, as mobilizações foram com os petroleiros da Replan.
Quarta-feira (23)
Houve mobilizações nas Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná e da Bahia (saiba mais aqui), na Refinaria Grabriel Passos (Regap/MG), na Refinaria de Capuava (Recap/SP), nos terminais de Guaramirim e Itajaí, em Santa Catarina, e pelos trabalhadores do administrativo da Refinaria Presidente Vargas (Repar/PR). As mobilizações prosseguiram na Refinaria Duque de Caxias (Reduc/RJ), onde os trabalhadores mantiveram os cortes na rendição dos turnos em períodos intercalados.
Quinta-feira (24)
Houve atos e paralisações na Refinaria Presidente Vargas (Repar/PR) e no Terminal São Francisco do Sul (PR), em no Terminal Aquaviário de Suape (PE), na sede da Petrobrás, em Macaé (Norte Fluminense), na sede da Petrobrás, em São Paulo (Edisp) e na rodovia BA-523 (Candeias/Bahia), que dá acesso à Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – saiba mais aqui.