Petroleiros do Paraná protestam contra homenagem a presidente privatista da Petrobrás

Sindipetro PR e SC prepara recepção “calorosa” para o general Silva e Luna, nesta terça, às 13h30, quando ele receberá o título de cidadão honorário do Paraná, na Assembleia Legislativa

[Da imprensa do Sindipetro PR e SC] 

Por proposição do deputado estadual Soldado Fruet (PROS), a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) concederá o título de Cidadão Honorário do Paraná ao general Joaquim Silva e Luna. A solenidade ocorre nesta terça-feira (19), às 14h30, no Plenário da Casa Legislativa.

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina e outras entidades sindicais preparam uma recepção “calorosa” para o presidente privatista da Petrobrás. Todos os petroleiros de Curitiba e Região estão convocados para comparecer à Alep, às 13h30, para um esculacho contra o general.

Ainda que tenha sido justificada pela atuação do militar da reserva enquanto diretor brasileiro da Itaipu Binacional, a honraria é no mínimo contraditória. Silva e Luna é o responsável por manter a política de preços dos combustíveis alinhada às cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional, chamada de PPI (Preço de Paridade de Importação), o que causa a disparada nos preços dos derivados. No acumulado do ano, a gasolina soma alta de mais de 60%. Já o diesel aumentou mais de 50%.

Enquanto a população paga caro pelos combustíveis, os acionistas da petrolífera já receberam em 2021 o montante de R$ 41,9 bilhões em dividendos, reflexo de uma gestão voltada apenas à geração de lucro para os investidores.

Também pesa contra Silva e Luna o fato de sua administração manter duas fábricas de fertilizantes nitrogenados da Petrobrás fechadas e arrendar outras duas, enquanto há escassez do produto para a agricultura, inclusive com risco de desabastecimento de alimentos no país. Uma das unidades inutilizadas, a Fafen Paraná, está localizada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.

A gestão do general na estatal ainda pratica o chamado “plano de desinvestimentos”, que consiste em vender ativos de produção da empresa e diminuir cada vez mais sua participação no mercado nacional.

Para o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, a homenagem ao presidente da companhia é descabida. “É um absurdo conceder título de cidadão honorário a uma pessoa que tanto faz para lesar o povo paranaense e brasileiro. Silva e Luna merece vaias, não homenagens”, afirma.