Forte adesão à greve e mobilização nacional da categoria fazem gestão da Petrobrás abrir canal de negociação com o Sindipetro-BA
[Da imprensa do Sindipetro-BA]
Durante o grande ato realizado nessa quinta-feira (18), em frente à Refinaria Landulpho Alves, que reuniu trabalhadores e dirigentes sindicais de todo o Brasil e dos atos realizados por todos os Sindipetros do país, a direção da Petrobrás enviou notificação ao Sindipetro Bahia informando o desejo de reabrir uma mesa de negociação com a entidade sindical.
Diante dessa possibilidade, o sindicato decidiu pela suspensão do movimento grevista, de forma temporária, informando a decisão à categoria, pois como explicou o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, “para realizar uma greve legal é preciso haver um impasse negocial e diante do comunicado da Petrobrás externando sua vontade de exaurir a negociação, o sindicato, aconselhado, inclusive por sua assessoria jurídica, decidiu pela suspensão da greve e retorno à mesa de negociação”.
Caso não haja avanços satisfatórios nas negociações, o Sindipetro vai definir posteriormente uma nova data de início da greve, que já foi aprovada pela categoria.
O Sindipetro informa que o estado de greve está mantido e que a decisão de suspender o movimento paredista é uma tentativa de avançar na pauta de reivindicações da categoria, especialmente no que diz respeito aos trabalhadores próprios e terceirizados da Rlam e seus terminais, que vivem um clima de insegurança e apreensão devido ao anúncio da venda da refinaria ao fundo árabe Mubadala. A entidade sindical, que é rigorosamente contra a venda da Rlam, quer garantir a manutenção dos direitos, empregos, benefícios e salários desses trabalhadores e discutir as contratações e o futuro dos atuais contratos de trabalho, do fim dos assédios aos trabalhadores e da garantia de um ambiente laboral saudável, caso não consiga evitar a conclusão do processo de venda da Rlam, apesar dos esforços que vêm sendo feitos nesse sentido.
Ato mostrou solidariedade da classe trabalhadora
O ato em defesa da Rlam, que aconteceu na manhã dessa quinta, contou com a presença de trabalhadores petroleiros e de diversas outras categorias de todo o Brasil, além de dirigentes nacionais de importantes entidades como a CUT, representada pelo seu presidente Sérgio Nobre e a CTB, pelo seu presidente, Adilson Araújo.
Participaram também o presidente da IndustriALL – Brasil Aroaldo Oliveira da Silva, a presidente da CUT-Bahia, Maria Madalena Oliveira (Leninha) e representantes de outras centrais sindicais como a CSPConlutas. Toda a diretoria da FUP também estava presente, assim como representantes da FNP, de outros Sindipetros do Brasil e de sindicatos e movimentos sociais da Bahia.
A partir de agora, de acordo com o Sindipetro Bahia, a ideia é atuar em duas frentes: dar continuidade à negociação e, se não houver avanço, retomar a greve, mas que, dessa vez, pode ser nacional, pois os problemas vividos pelos trabalhadores da Bahia são similares aos dos trabalhadores das unidades da Petrobrás de outros estados.
Além da pauta corporativa, em defesa da manutenção dos empregos, dos direitos dos trabalhadores próprios e terceirizados, do meio ambiente do trabalho, contra o assédio moral, a FUP e os Sindipetros também darão continuidade à campanha em defesa do Sistema Petrobrás e contra a venda das refinarias e terminais da estatal, denunciando os prejuízos que a entrega das refinarias causará ao povo brasileiro como a criação de monopólios privados, além da possibilidade de desabastecimento de derivados de petróleo, principalmente do gás de cozinha em algumas regiões do país, e o aumento ainda maior dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha.
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