A retomada das atividades da Petrobrás na Bahia é uma conquista do movimento sindical e de cada petroleiro e petroleira, que lutaram pela reabertura do edifício sede da empresa, em Salvador. O Torre Pituba foi desativado pelo governo Bolsonaro, em 2019
[Da imprensa do Sindipetro Bahia]
Ao som da canção “Casa” de Lulu Santos, petroleiras e petroleiros baianos foram recepcionados na sede administrativa da Petrobrás, na Bahia, nesta segunda-feira (3) em Salvador. Alegria e alívio foram os sentimentos que resumiram a cerimônia de boas-vindas.
A participação do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-Ba) na luta pela reabertura do equipamento foi incessante desde o seu fechamento, em 2019. A retomada das atividades é, portanto, uma conquista também da entidade que representa cada petroleiro, que lutou pela reabertura do imóvel.
Elizabete Sacramento, Diretora do Sindipetro-Ba, aproveitou a oportunidade para convidar os presentes para a reflexão: “Nós precisamos entender que temos força e a categoria petroleira é responsável pelos avanços que estamos vivenciando no processo de reconstrução desse país”, pontuou. Bete também elogiou a presença dos aposentados e pensionistas que compareceram ao ato e cobrou da Petrobrás resolutividade nos equacionamentos e nas questões da AMS. “Os aposentados são os responsáveis pela força que a Petrobrás alcançou ao longo da sua história e eles merecem todos os nossos cumprimentos e respeito”, exigiu a sindicalista.
A Engenheira de Processamento, Maria Auxiliadora, opinou sobre a política que a estatal praticou nos últimos anos e denunciou: “hoje em dia o que a gente vê na movimentação da Petrobras é uma regionalização da empresa, concentrando suas atividades no sul e sudeste e isso não é justo, pois a Petrobras é uma empresa do Brasil”. A Petrobras não pode esquecer das pessoas e manter a sua prioridade nos acionistas.” criticou a engenheira.
Além das críticas teve também quem estivesse mais feliz do que no seu primeiro dia de trabalho, como foi o caso da Administradora, Ana Paula De Oliveira Castro da Costa Lima: “Hoje é pra mim o dia mais importante. Eu considero que, supera o dia da minha posse, pois aqui é uma conquista coletiva, é o resgate do que nos foi roubado no passado”, exclamou.
Alexandre Gomes, oriundo da Refinaria Landulpho Alves, vendida no governo Bolsonaro, festejava com outros colegas o dia de hoje. Os três, engenheiros, vão trabalhar no Torre Pituba a partir de agora. “É um sentimento de muita alegria porque a Bahia é o berço da indústria do petróleo no Brasil”, ressaltou Gomes, completando que para ele “este é o primeiro passo para a retomada das atividades da Petrobrás no estado”.
“O Edifício Torre Pituba estava fechado para os trabalhadores da empresa, mas a manutenção do equipamento estava sendo mantida e o custo beirava os 900 mil reais por mês e além disso ainda tínhamos que pagar o aluguel do Coworking para abrigar os trabalhadores, me respondam qual é a lógica disso?”, questionou Clarice Coppetti diretora de assuntos corporativos da Petrobrás.
Deyvid Bacelar, Coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), esteve na celebração e mencionou que “as ações políticas de Lula e da nova gestão da Petrobrás derivaram na reabertura da Torre Pituba e isso mostra a força da categoria petroleira e a resistência frente ao desmonte que o inelegível (referindo-se ao ex-presidente Bolsonaro) criou, quando esteve sob o comando da nação e expulsou baianas e baianos do seu lugar de trabalho. Mas hoje estamos aqui para comemorar e seguir na busca da ampliação dos nossos direitos”, disse.
O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, disse sentir-se orgulhoso de poder devolver o espaço de trabalho dos trabalhadores baianos. “Queremos construir o futuro da Petrobrás com tecnologia, por isso nosso desejo é de construir sedes, como essa, para que as pessoas mesmo com opção de teletrabalho desejem trabalhar nelas, pois elas oferecem modernidade, segurança, conforto e, ainda desperta a lembrança de que cada detalhe representa a conquista dos trabalhadores”.
O gestor finalizou o ato prometendo ampliar o número de trabalhadores na sede e realocar outros servidores que estão em situação de bate-volta, devido às privatizações no estado: “Vamos colocar agora 450 trabalhadores de volta pra casa, com a reabertura. Há muito o que trabalhar ainda e vamos lutar pela recuperação disso. A Petrobrás está pronta para o futuro e nós vamos trazer ainda mais gente para encher esse prédio aqui”.
O edifício Torre Pituba tem 22 andares, conta com 224 estações de trabalho por andar, mais de 2.600 vagas de estacionamento e pode abrigar quase cinco mil postos de trabalho. Com a reabertura, espera-se que a empresa possa oferecer novas oportunidades de trabalho e contribua para o crescimento da região.