Pesquisa PoderData divulgada nesta sexta-feira (1º) mostra que mesmo com a campanha sistemática da mídia liberal e da defesa enfática da venda por dois governos neoliberais – de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) -, a maioria da população brasileira ainda se coloca contra a privatização da Petrobras.
Segundo o levantamento, 54% dos entrevistados dizem que o governo deve continuar sendo dono da Petrobras – 30% acreditam que a empresa deveria ser privatizada e 16% não sabem.
Os dados mostram que o discurso imperativo do sistema financeiro na mídia e no governo, por meio de Paulo Guedes, não teve grande efeito na opinião dos brasileiros.
Em 2017, um ano após o golpe contra Dilma Rousseff (PT) em grande parte por interesses na privatização da estatal, eram 58% os brasileiros que se colocavam contra a privatização, 22% a favor e 20% não sabiam.
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 29 de março, em meio à nova crise provocada por Bolsonaro ao trocar o presidente da estatal – tirando o general Luna e Silva para colocar o lobista Adriano Pires – por imposição do centrão.
A crise tragou a questão para o centro do debate eleitoral. Lula se reuniu com pesquisadores e petroleiros e defendeu que a Petrobras siga estatal, com a reestatização de áreas privativas pelos governos Temer e Bolsonaro, como a distribuição e o refino, além da retomada de uma política de preços compatível com a produção nacional, descartando a dolarização.
A pesquisa mostra que uma parcela ainda maior da população é contra a privatização da Eletrobras: 56% – 29% são a favor e 15% não sabem.
A taxa cresceu 7 pontos desde março de 2021, quando a pergunta foi feita pela 1ª vez.
O levantamento revela ainda que 43% da população não querem a privatização de nenhuma empresa estatal.
Apenas 25% acham que o governo deve vender parte dessas empresas, 20% que devem vender todas elas – como está no discurso de nomes como Sergio Moro (União Brasil) – e 12% não sabem.
A pesquisa ouviu 3 mil eleitores em 275 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança de 95%. Registro no TSE: BR-06661/2022.
[Da Revista Fórum]