Sindipetro PR/SC alerta que novos casos ainda podem surgir e que gestão da refinaria sonega informações sobre contaminações e mortes por Covid-19
[Da imprensa do Sindipetro PR/SC]
Oficialmente, a parada de manutenção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, terminou no último dia 29, com a finalização do procedimento de partida da URE (Unidade de Recuperação de Enxofre).
Iniciada em plena segunda onda da pandemia do coronavírus no Brasil, em meados de março, a parada adicionou mais dois mil trabalhadores à rotina de serviços da Repar. O Sindipetro Paraná e Santa Catarina foi contra a realização da manutenção industrial durante a crise sanitária e agiu em várias frentes para, senão impedir, ao menos mitigar os possíveis efeitos da decisão irresponsável dos gestores. A principal foi a deflagração de greve sanitária, entre os dias 12 e 16 de abril.
O movimento não conseguiu barrar a parada, mas foi importante no sentido de forçar a empresa a adotar medidas mais rígidas no combate à disseminação do vírus. Testagem no início da jornada de trabalho, que antes era feita apenas no final; reforço na higienização das áreas comuns, como vestiários, copas e estações de trabalho; controle da quantidade de pessoas nos acessos aos espaços confinados; fornecimento de máscaras PFF2; e intensificação de orientações por meio da comunicação visual foram alguns dos protocolos adotados no período pós-greve sanitária.
Os protocolos sanitários, sem dúvida, ajudaram a salvar vidas, mas infelizmente nem todas. Na última sexta-feira (30), o trabalhador capixaba Leandro de Carvalho da Rocha, de 51 anos, contratado pela empresa Método Potencial, foi a décima vítima de Covid-19 que atuou na parada da Repar. Deixou um casal de filhos, de 17 e 14 anos.
As outras mortes foram de Rodrigo Germano, de 36 anos, em 22 de março; Marcos da Silva, de 39 anos, em 25 de março; Carlos Eduardo, de 45 anos, no dia 01 de abril; Valdir Duma, de 49 anos, em 14 de maio; Daniel Cristiano Müller, de 43 anos, em 15 de maio; Ernani Nunes, de 54 anos, em 01 de junho; Célio Alves da Cruz, de 55 anos, em 05 de junho; Luiz Carlos de Lemos, de 60 anos, em 23 de junho; e Alessandro Barbosa, de 41 anos, em 29 de julho.
A parada de manutenção da Repar terminou, mas o número de mortes por Covid-19 ainda não está determinado. Podem surgir novos casos de eventuais internados ou até mesmo de pessoas que atuaram na manutenção, mas não foram contabilizados, pois a gestão jamais repassou informações sobre os números de contaminados ou falecidos, próprios ou contratados, ao Sindicato, em descumprimento ao acordo que colocou fim à greve sanitária, firmado no Ministério Público do Trabalho. Todos os casos registrados pelo Sindipetro PR e SC foram informados por companheiros de trabalho.
O Sindipetro PR e SC alertou insistentemente a gestão da refinaria e os órgãos governamentais de saúde de que a parada poderia ser adiada ou ao menos ter seu prazo estendido para envolver menos equipes nos trabalhos. A postura do Sindicato sempre foi de que essencial mesmo é a vida.