Alto risco

Operadores dos dutos da Transpetro reivindicam manutenção do adicional no ACT

Foto: divulgação

Nas duas primeiras propostas do Acordo Coletivo de Trabalho, as empresas do Sistema Petrobrás sugeriram a extinção do adicional para os operadores do centro de controle dos gasodutos

[Da Comunicação da FUP] 

Os trabalhadores do Centro Nacional de Controle e Logística (CNCL), localizada no Rio de Janeiro (RJ) e responsável pela operação do sistema de gasodutos da Transpetro (subsidiária integral da Petrobrás), protestam contra a retirada do Adicional de Operação da Mestra Nacional do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Nas duas primeiras propostas para o ACT, as empresas do Sistema Petrobrás sugeriram a extinção do adicional, garantido aos trabalhadores há 20 anos. O adicional foi criado justamente com a inauguração do Centro Nacional de Controle Operacional (CNCO), atual CNCL, que atualmente é responsável por supervisionar milhares de quilômetros de oleodutos 24 horas por dia.

O centro de controle começou a ser constituído após o rompimento de um duto na Baía de Guanabara (RJ), em 1997, que provocou o vazamento de 2,8 milhões de litros de óleo combustível no mar.

Na época, foram feitas pesquisas nas maiores empresas do setor, que nortearam a construção do centro de controle da Transpetro, incluindo adicionais aos operadores – que lidam com funções extremamente complexas, podendo responder civil e criminalmente por suas decisões nos painéis de controle.

Uma reunião entre representantes do setor de Recursos Humanos (RH) da empresa e operadores já foi realizada, nesta semana, mas sem avanços. A Transpetro argumenta que outras empresas do setor não pagam esse adicional aos seus operadores.

“As empresas privadas que foram ‘criadas’ no mercado brasileiro para transporte dutoviário foram a partir da infraestrutura ‘doada’ pela Petrobrás, que também cedeu mão de obra. Essas empresas compraram a base de dados da Transpetro para poderem implementar a sua infraestrutura de comunicação e automação, receberam curso dos técnicos para poderem operar esses dutos e gasodutos e agora se tornaram referência para nós?”, questiona um operador do CNCL, que preferiu não ser identificado.

Os trabalhadores estão abertos ao diálogo e esperam avanços na negociação com a empresa.