A categoria petroleira está em luto pela perda, hoje, do ex-diretor do Sindipetro-NF, Hélio Marques Guerra, que atuou por diversas gestões na entidade e estruturou o Departamento dos Trabalhadores do Setor Privado
Aposentado da Petrobrás, Guerra estava internado desde o último dia 11, no Hospital Vitória, no Rio, em luta pela vida. A família pediu discrição em relação à causa da morte, aos 73 anos. O velório será realizado a partir das 8h da próxima terça, 25, na Capela 01 do Cemitério Jardim da Saudade Paciência (Estrada Visconde de Sinimbú, 1.600, Paciência), no Rio, com sepultamento às 11h30.
O Sindipetro-NF será eternamente grato à dedicação de Guerra às lutas petroleiras. Seu entusiasmo e bom humor eram marcas das suas batalhas nas difíceis negociações e mobilizações do Setor Privado.
“Conheço o Guerrinha desde quando ele saiu da diretoria do sindicato, em 2014 [ano em que se aposentou da Petrobrás], e pelo respeito e consideração que vejo de todos dentro e fora do NF percebi o tamanho da sua importância e gigantismo. É muito triste ver um companheiro partir assim, lutou bravamente e deixou seu legado, principalmente na negociação e crescimento do Setor Privado do NF e da FUP”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.
Ex-coordenadores do sindicato, como José Maria Rangel e Marcos Breda, que atuaram em diretorias junto a Guerra, também destacam o papel do companheiro nas lutas petroleiros. “Poderia dizer que perdemos um amigo , um companheiro ou até um irmão, mas perdemos o Guerra! Um sujeito único, de um humor único, de uma lealdade única. Como poucos, abriu mão de uma carreira na Petrobrás para lutar na trincheira da resistência, que como poucos sabia o seu lado na luta de classes. O movimento sindical perde um guerreiro”, afirma José Maria.
“Convivi com o Guerra por longos anos. Conheci ele ao entrar na diretoria do sindicato em 2002 e ele já estava por lá há muitos anos. Ele foi fundador do NF junto com os companheiros oriundos do Sindipetro-RJ. Aprendi muito com o exemplo dele de defesa dos direitos dos trabalhadores, sua garra para lutar por acordos melhores no setor privado era uma grande exemplo para todos nós que estávamos chegando no movimento sindical. Tenho uma enorme admiração e amizade por ele e sei que de onde estiver sempre estará presente nas lutas dos petroleiros”, destaca Breda.
Amiga de Guerra e sua aliada nas lutas sociais, a assistente social do Sindipetro-NF, Maria das Graças Alcântara, também lembra do jeito leve como ele enfrentava as situações mais complicadas. “Uma vez, a gente indo para a Fiocruz, para fazer uma apresentação do Setor Privado, nós erramos a rua e eu falei assim: Guerra, acho que a rua é essa daqui. Ele falou assim: companheira, quando a gente está no prédio errado, qualquer andar serve”, conta Graça.
“Para defini-lo com uma palavra não sei qual escolher; pode ser guerreiro, companheiro ou divertido. Qualquer uma dessas lhe cai muito bem. Muito sincero, exigente e organizado, mas, também, era muito bem humorado. Nas horas difíceis saía com umas “tiradas” que eram sua marca. Discreto nas ações, ao mesmo tempo que muito firme nas defesas dos trabalhadores, possuía capacidade ímpar para construir e negociar acordos. Era perspicaz, paciente e de forte espírito coletivo”, afirma ainda a assistente social.
Também em luto, o Sindipetro-NF registra as suas condolências aos familiares, amigos, colegas de trabalho e aliados de batalha no movimento sindical. Hélio Marques Guerra, presente!
Memória
Em entrevista de 2012, à Rádio NF, Guerra detalhou a sua atuação no Departamento do Setor Privado, falou das lutas por direitos, da ampliação no número de empresas representadas e de acordos fechados e do modo como, na sua visão, as lutas dos trabalhadores da Petrobrás e das empresas privadas deveriam caminhar juntas. Confira:
[Por Sindipetro NF | Fotos: Luis Bispo / Para Imprensa do NF/ Acervo do Sindipetro-NF ]