Greve Nacional de 24h foi a primeira de uma grande batalha, onde os petroleiros voltam a fazer história

 

Nos primeiros minutos da última sexta-feira, 24, os petroleiros atenderam ao chamado da FUP e de seus sindicatos e iniciaram uma grande mobilização nacional contra o novo plano de Gestão e Negócios aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás, que prevê cortes de 89 bilhões de dólares nos investimentos e despesas da empresa, além de venda de ativos que poderá reduzir em 57 bilhões o patrimônio da estatal. Se esse projeto seguir adiante, significará o desmantelamento do Sistema Petrobrás, colocando em risco empregos, direitos e conquistas sociais.

Metalúrgicos, operários da indústria naval e da construção civil, petroleiros terceirizados estão sendo demitidos, em função de obras paralisadas e investimentos suspensos. A BR já está em processo de abertura de capital  e outros ativos estratégicos serão entregues ao mercado, se a classe trabalhadora não barrar esse ataque.

Por isso, a greve de 24 horas desta sexta-feira foi a primeira de uma contundente mobilização da categoria, em defesa da manutenção dos investimentos e ativos da Petrobrás para que continue atuando como uma empresa integrada de energia.  Daí a importância do comprometimento dos petroleiros, que fizeram dessa greve uma grande advertência para os gestores da companhia. Nas unidades de refino, plataformas, terminais, gasodutos, campos terrestres, termoelétricas, usinas de biodíesel e áreas administrativas, trabalhadores próprios e terceirizados seguiram à risca os indicativos da FUP e de seus sindicatos e interromperam suas atividades, deixando claro que estão prontos para o enfrentamento.

Os petroleiros responderam à altura a direção da Petrobrás, o governo e os parlamentares que ameaçam alterar a Lei do Pré-Sal, colocando em risco a soberania nacional. Nos atos e manifestações nas portas das unidades em greve, os trabalhadores reafirmaram que não medirão esforços para barrar o PLS 131, do senador José Serra (PSDB/SP), que pretende tirar a estatal da função de operadora única do Pré-Sal e acabar com a participação mínima de 30% que a empresa legalmente tem sobre os campos de petróleo desta região.

Como em 1995, os petroleiros novamente se apresentam para a luta de cabeça erguida, com a coragem e a maturidade que o momento exige da categoria. A FUP parabeniza cada um dos petroleiros e petroleiras que compreendeu a gravidade da atual conjuntura e aderiu à greve desta sexta, assumindo com bravura e responsabilidade seu lugar nessa luta, que só está começando. Assim como há 20 anos fizemos uma greve histórica, que impediu a privatização da Petrobrás, faremos novamente o que for preciso para defender o maior patrimônio do povo brasileiro.

CONFIRA AQUI O QUADRO NACIONAL DA GREVE

Fonte: FUP