(Última atualização às 19:39)
Desde a zero hora desta sexta-feira, os petroleiros estão em greve nacional, por 24 horas, contra o novo plano de Gestão e Negócios aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás, que prevê cortes de 89 bilhões de dólares nos investimentos e despesas da empresa, além de venda de ativos que poderá reduzir em 57 bilhões o patrimônio da estatal. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), isso significará o desmantelamento do Sistema Petrobrás, colocando em risco empregos, direitos e conquistas sociais.
A greve de advertência foi indicada pela FUP e 13 sindicatos filiados e acontece em 12 estados do país, envolvendo trabalhadores próprios e terceirizados da Petrobrás e subsidiárias, em unidades operacionais de refino, plataformas marítimas, campos de produção terrestres, terminais da Transpetro, usinas de biodíesel, termoelétricas e áreas administrativas.
A FUP e seus sindicatos também lutam contra o Projeto de Lei 131, de autoria do senador José Serra (PSDB/SP), que pretende tirar a Petrobrás da função de operadora única do Pré-Sal e acabar com a participação mínima de 30% que a empresa legalmente tem sobre os campos de petróleo desta região.
Essa é a primeira de uma grande mobilização nacional aprovada em assembleias pelos petroleiros em defesa da manutenção dos investimentos e ativos da Petrobrás e contra o PLS 131. Entre os dias 03 e 07 de agosto, a FUP e seus sindicatos realizam um encontro nacional em Brasília, onde discutirão um novo calendário de paralisações. Veja abaixo o quadro nacional da greve nesta sexta-feira.
Amazonas
A greve começou na principal unidade da Petrobrás no Amazonas, que é a Refinaria de Manaus (Reman), onde a rendição do turno foi cortada às 23h de ontem. Nas demais unidades do estado. como Serviço Compartilhado, Terminal Sede da Transpetro, DGN, Terminal Aquaviário de Coari e Sede da Engenharia, a greve também teve grande adesão dos trabalhadores próprios e terceirizados das áreas operacionais e administrativas.
Rio Grande do Norte
Segundo o Sindipetro-RN, todas as bases do Sistema Petrobrás no estado aderiram à greve. Nas sedes administrativas da Petrobrás em Mossoró e em Natal, a paralisação teve adesão de 90% dos trabalhadores próprios e terceirizados. Pela manhã, representantes do sindicato bloquearam a BR 304, que dá acesso à base de Mossoró, onde ficam os campos de produção terrestre. Nas plataformas marítimas, o movimento de greve também foi intenso e houve suspensão de Permissões de Trabalho (PTs) desde às 7h desta sexta-feira. No Pólo de Guamaré, local que recebe e processa toda produção de petróleo do estado, houve corte de rendição e os trabalhadores que permaneceram nas unidades realizaram operações padrão.
Ceará
Segundo o Sindipetro, a greve foi concentrada em duas bases: na Lubnor e Transpetro Maracanaú. O movimento teve adesão massiva de trabalhadores das áreas operacionais e administrativas, com cortes de rendição e vigília intensa nas entradas das bases. Os trabalhadores também cortaram a emissão da permissão de trabalho (PTs) nas plataformas marítimas e Petrobrás Biocombustível (P-BIO). O sindicato informou que na TermoCeará e no Edifício Manhattan, houve greve parcial.
Pernambuco e Paraíba
Trabalhadores próprios e terceirizados das unidades do Sistema Petrobrás em Pernambuco aderiram massivamente à greve de 24 horas. Na Refinaria Abreu e Lima, 100% dos petroleiros do turno participaram do movimento, desde às 23 horas de quinta-feira (23), quando foi iniciado o corte na rendição. O mesmo aconteceu no Terminal de Suape (Transpetro), onde das 15 operações em curso, apenas uma foi mantida. Os petroleiros cortaram o abastecimento e a transferência de derivados. O terminal foi mantido apenas com o quadro mínimo de trabalhadores para preservar a segurança operacional da unidade. Na manhã desta sexta, os petroleiros do Gasoduto de Jaboatão também aderiram à greve, mantendo na unidade somente o quadro mínimo. Na sede administrativa da Petrobrás em Recife (Empresarial Center II), a adesão à greve foi de 60%, segundo o sindicato.
Bahia
Nem a forte chuva que tomou conta de Salvador inibiu os trabalhadores a anteciparem a greve de 24 horas, que teve início quinta-feira (23), às 19h, na Bahia, quando a diretoria do Sindipetro se articulou para evitar a troca do turno na Rlam e na Transpetro. A estratégia deu resultado e não houve rendição no turno da zero hora.Segundo o sindicato, 80% dos petroleiros aderiram ao movimento. Em muitas unidades do Sistema Petrobrás no estado, os trabalhadores nem foram trabalhar. Os ônibus do turno e do administrativo chegavam às unidades praticamente vazios. E quem embarcou nos veículos, não entrou. Voltou para casa. Participaram da greve de 24 horas os trabalhadores dos campos de Candeias, Santiago, Bálsamo, Taquipe, Araçás/Imbé, Buracica, Miranga, assim como na P-BIO, Fafen-BA, UTE Arembepe, UTE Rômulo Almeida, UTE Muricy, UTE Bahia 1, UTE Celso Furtado, Transpetro, Bacam, Gascac, RLAM, Conjunto Pituba, COFIP e Universidade Petrobrás.
Espírito Santo
Nas unidades operacionais do TABR, em Aracruz, TAVIT, em Vitória, da UTGC, em Linhares, da UTG-SUL, em Anchieta e dos terminais da Transpetro Barra do Riacho e em Aracruz, não houve troca de turnos e os trabalhadores realizaram apenas operações padrão. O TIMS, pátio de estocagem de equipamento de apoio marítimo às plataformas do estado, também foi paralisado. As plataformas P-57 e P-58 não emitirão PT (Permissão para Trabalho). No edifício sede da Petrobrás em Vitória, a paralisação começou às 5h e, como em todas as unidades do estado, a greve teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados.
Duque de Caxias
Nas unidades da Reduc, Terminal de Campos Elíseos (TECAM) e Usina Termoelétrica Governador Leonel Brizola, o corte de rendição começou às 23h de ontem. O Sindipetro Caxias montou um acampamento na frente destas unidades, onde foram realizados atos sobre a importância da defesa da Petrobrás e do Pré-Sal. Movimentos sociais, estudantes e trabalhadores de outras categorias participaram das mobilizações, em solidariedade à greve dos petroleiros.
Norte Fluminense
Na Bacia de Campos, 25 plataformas aderiram à greve, das quais 18 tiveram a operação entregue aos prepostos. São elas: PCH-1, PVM-3, P-65, P-63, P-55, P-48, P-47, P-37, P-33, P-26, P-20, P-19, P-18, P-15, P-09, P-08, P-07 e PCE-1. Nas bases de Terra do Norte Fluminense, a paralisação começou no Terminal de Cabiúnas, às 23h30, quando os trabalhadores do Grupo C entregaram a operação da unidade. Pela manhã, os petroleiros não puderam ocupar o Tecab, porque os crachás estavam bloqueados e todos permaneceram em frente ao terminal, em vigília.
Unificado-SP
Nas bases do Sindipetro Unificado, não houve troca de turno em nenhuma das unidades operacionais. Os trabalhadores aderiram à greve, com ampla participação de próprios e terceirizados na Replan e na Recap, assim como nos terminais da Transpetro (Barueri, São Caetano, Guararema, Guarulhos, Ribeirão Preto, Uberaba, Uberlândia, Senador Canedo e Brasília) e Usinas Termoelétricas. Nas áreas administrativas, a greve também teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados.
Minas Gerais
A greve começou às 23h30 de ontem com o corte na rendição dos turnos na Refinaria Gabriel Passos (Regap), na Termoelétrica Aureliano Chaves, na Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, e no terminal da Transpetro, em Juiz de Fora. Segundo o sindicato, o movimento teve grande adesão de trabalhadores das áreas operacionais e administrativas, inclusive os terceirizados. Na manhã de hoje, o Sindipetro MG realizou um ato em defesa da Petrobrás em frente à Regap.
Paraná e Santa Catarina
A greve começou forte na Repar, nos terminais da Transpetro (Tepar, Teguaçu, Tefran, Tejai e Temirim), na Six e nas unidades administrativas, com adesão dos trabalhadores próprios e terceirizados. Na Fafen, base do Sindiquímica-PR, a paralisação começou às 23h30 de ontem também com grande adesão dos trabalhadores.
Rio Grande do Sul
No estado, a greve começou à zero hora desta sexta-feira, com forte adesão dos trabalhadores da REFAP, do TERIG, do TENIT, da UTE e da BR Distribuidora.
Confira as fotos:
Fonte: FUP