DIVERSIDADE

FUP reúne-se com petroleiros PCDs e pais de PCDs e discute propostas para fortalecimento de suas pautas na negociação coletiva com a Petrobrás

Teletrabalho em tempo integral e fim das transferências compulsórias foram as principais reivindicações discutidas

[Da imprensa da FUP]

No último dia 26 de janeiro, os diretores da FUP, Arthur Bob Ragusa e Raimundo Teles, participaram de uma reunião com trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Petrobrás com deficiência e/ou pais de Pessoas com Deficiência (PCDs), que, desde 2021, se organizam em um coletivo nacional. O encontro foi articulado pelo diretor do Sindipetro SP, Tiago Franco, que coordena a Frente Petroleira LGBT, que também participou da reunião.

O objetivo foi discutir as reivindicações dos PCDs, sobretudo em relação à melhoria das condições de trabalho, e a principal pauta desse segmento, que é o direito ao trabalho remoto em tempo integral.

“Esses companheiros nos relataram diversos motivos que, por si só, já justificam o trabalho remoto integral, desde as dificuldade de locomoção ou de deslocamento ao local de trabalho, que são um fator de risco à saúde desses trabalhadores, até a situação de mães e pais que precisam acompanhar seus filhos e filhas em tempo integral, dado o tipo de deficiência ou doença rara e o comprometimento que acarreta à vida das crianças e dos cuidadores”, explicou Bob.

Na reunião com a FUP, as trabalhadoras e trabalhadores relataram as inúmeras dificuldades que enfrentam no dia-a-dia, o que reforça a urgência e a necessidade dessa pauta ser priorizada nas negociações coletivas com a Petrobrás e subsidiárias.

“Além da cobrança por teletrabalho em tempo integral, outras pautas foram apresentadas pelas companheiras e companheiros, como melhorias no plano de saúde, interrupção das transferências geradas pelas privatizações, entre outras reivindicações”, afirmou Raimundo, que, assim como Bob, manifestou não só a solidariedade da FUP e de seus sindicatos a esse segmento da categoria, como o compromisso em buscar o atendimento de suas reivindicações.

Raimundo fez uma exposição sobre a organização do movimento sindical e de como funcionam as instâncias de construção da pauta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho, destacando que a assessoria da FUP em Brasília estará à disposição do Coletivo de PCDs para colaborar e acompanhar os projetos de lei sobre o tema no Congresso Nacional.

Tiago Franco falou sobre a importância da organização dos trabalhadores na luta pelo respeito à diversidade e aos direitos humanos dentro da Petrobrás, citando como exemplo a construção da Frente Petroleira LGBT. Ele também ressaltou a necessidade da FUP e dos sindicatos incorporarem esse segmento nas direções, fortalecendo representatividade dos PCDs e pais e mães de PCDs no movimento sindical.

O diretor da FUP, Bob Ragusa, explicou os próximos passos das negociações com a nova gestão da Petrobrás, na sequência da primeira reunião que a Federação teve com o recém empossado presidente da companhia, no último dia 27, quando a entidade propôs a Jean Paul Prates implementar agendas específicas de negociação de temas que estão no ordem do dia da categoria.

“Teremos um calendário de negociações sobre os temas importantes e pendentes dos anos anteriores, como o próprio teletrabalho, efetivo, AMS, entre outros , o que deve se desenrolar já nesse início da nova gestão da empresa”, afirmou.

“É muito gratificante ter entrado em contato com o coletivo e ver a qualidade da organização. Eu mesmo tenho duas filhas no espectro autista e não conhecia o grupo e suas demandas. Tenho certeza que esse diálogo vai potencializar a construção das pautas e da representatividade dos PCDs e pais e mães de PCDs junto ao movimento sindical”, comentou.

Ao final do encontro, foi proposto que a direção da FUP organize uma nova reunião com o Coletivo de PCDs, com a presença de sindicalistas da todas as regiões, para ampliar a troca de experiências e iniciar a organização da pauta para o próximo período.

O Coletivo destacou as duas pautas mais urgentes:

  1. A interrupção das transferências em curso (ou que ocorrerão em breve) dos trabalhadores e trabalhadoras PCDs e pais e mães de PCDs. Muitos são os casos em que as terapias e tratamentos são específicos e desenvolvidos na região de moradia, algo que será impactado negativamente pelas transferências.
  2. A disponibilização imediata da modalidade de teletrabalho em tempo integral para os empregados inscritos no PAE até que a negociação sobre o tema chegue a uma regulação justa. Importante ressaltar que a FUP tem uma proposta de regramento do trabalho remoto, baseada em pesquisas feitas junto à categoria, que, desde 2020, vem buscando incluir no ACT.

Nesta segunda-feira, 30, o Coletivo solicitou ao RH e à Ouvidoria da Petrobrás a realização de uma reunião com o presidente Jean Paul Prates para apresentar a demanda das trabalhadoras e trabalhadores PCDs e pais e mães de PCDs sobre teletrabalho integral.

A FUP vai encaminhar um ofício à nova gestão da Petrobrás reforçando as reivindicações e dará sequência ao diálogo e construção com o Coletivo.