A FUP reiterou que a disputa da renda petrolífera deve ser para a ampliação de investimentos no Brasil, transição energética justa e a melhoria de vida da população
[Da imprensa da FUP]
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada no último sábado (06/04), em Brasília, a FUP e várias outras entidades sindicais e dos movimentos sociais cobraram mais avanços para redução das desigualdades, geração de emprego e renda e fortalecimento da democracia e dos direitos humanos.
Entre os principais temas tratados pelas lideranças nacionais, a reconstrução da Petrobrás teve destaque e foi amplamente debatida com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, que representou a entidade no encontro.
Foi enfatizada a necessidade de fortalecimento da Petrobrás enquanto empresa pública, que precisa ocupar urgentemente o papel de liderança na transição energética, sem abrir mão de sua função social, dado o protagonismo histórico da empresa com o desenvolvimento e a soberania do país.
O coordenador-geral da FUP ressaltou que a Petrobrás precisa ser estrategicamente reposicionada como uma estatal de energia e não apenas do setor de óleo e gás. Ele enfatizou a importância dessa transição energética ser justa e, portanto, construída em constante diálogo com os trabalhadores e as comunidades que mais necessitam da renda do petróleo e/ou são impactadas pelos projetos da Petrobrás.
Essas e outras demandas já foram apresentadas pela FUP anteriormente ao presidente Lula, ao Ministério das Minas e Energia, à presidência da Petrobrás e à diretoria da estatal. Trata-se do documento intitulado “Petrobrás para o Brasil”, cujas propostas foram construídas pela categoria nos fóruns deliberativos da federação e incorporadas ao programa de governo do PT no capítulo de Energia.
Bacelar lembrou que o fortalecimento da Petrobrás tem impacto direto na melhoria de vida dos trabalhadores brasileiros e na retomada do crescimento do país, enfatizando as cobranças constantes da FUP e de seus sindicatos para que a empresa volte a contratar navios e plataformas no Brasil, incentivando, assim, a retomada da indústria naval e da política de conteúdo nacional.
Outra luta constante da categoria é para que o Brasil atinja a autossuficiência na produção de combustíveis e de derivados de petróleo, com investimentos da Petrobrás na ampliação do parque nacional de refino, nas plantas de fertilizantes, de biocombustíveis e em outras fontes de energia limpa.
Na reunião com o presidente Lula, a FUP reiterou que a disputa da renda petrolífera deve ser para a ampliação de investimentos da Petrobrás no Brasil e aceleração das obras que estão para ser retomadas, como o segundo trem da Refinaria Abreu e Lima (PE), do Gaslub (RJ), reabertura da Fafen PR, construção da Fafen MS, entre outros projetos. O coordenador da FUP enfatizou que essas “obras precisam ser concluídas até o final do governo”.
“Foi uma reunião bastante produtiva, onde a Presidência da República retomou o processo de escuta dos movimentos de base. O principal recado dado por nós foi de que a Petrobrás precisa continuar cumprindo o seu papel social, ter preocupação com o bem estar da população, com o meio ambiente e com seus trabalhadores. Reforçamos a importância daqueles que construíram essa empresa, que são os aposentados, que estão passando por graves dificuldades, em função dos equacionamentos dos fundos de pensão, e afirmamos que esses problemas precisam ser resolvidos de uma vez por todas”, afirmou Deyvid Bacelar.
Junto com a FUP, estiveram presentes na reunião com Lula lideranças da CUT; das confederações dos metalúrgicos, dos bancários, dos trabalhadores na agricultura e dos trabalhadores da educação; de movimentos como o MST, o MAB, a UNE e o Levante Popular da Juventude; de lideranças religiosas, como das pastorais católicas, dos Evangélicos pela Democracia e dos Católicos pela Democracia; além de representantes dos Juristas pela Democracia.