A luta continua

FUP pede apoio no Senado Federal para barrar privatização de refinaria do Norte

Foto: Divulgação.

No Senado Federal, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, e uma comitiva de petroleiros denunciaram os efeitos da venda de refinarias e afirmaram a necessidade de parar com o proceso de privatização da Reman

[Da Assessoria da FUP]

“Precisamos parar esse processo de privatização da Reman, do Amazonas. Não podemos permitir que se consolide no Norte do país um outro monopólio regional privado, como o que ocorreu no Nordeste, com a venda da Rlam, na Bahia, e que fez com que o estado baiano tenha hoje a gasolina mais cara do Brasil, entre R$ 8,20 e R$ 8,90 em postos da região”, ressaltou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, em audiência pública, na manhã desta quarta-feira, 23, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal.

“Infelizmente, com a venda da Rlam (Refinaria Landulpho Alves, vendida para o fundo árabe Mubadala) e de todo o seu sistema logístico tivemos a comprovação na prática daquilo que denunciamos e alertamos desde 2016, sobre a criação de monopólio privado, provocando alta de preços e riscos de desabastecimento”, disse Bacelar, acrescentando que o governo federal e a gestão da Petrobrás “mentiram” ao dizer que a venda da refinaria criaria concorrência, baixa dos preços dos combustíveis e garantia do abastecimento interno.

“Está faltando óleo ‘bunker” (para navio) na Bahia; as distribuidoras e sindicatos patronais de distribuidoras de combustíveis reclamam hoje que não conseguem ter a compra garantida de derivados de petróleo na Acelen (empresa do grupo Mubadala que opera a refinaria privatizada), porque ela está exportando em detrimento do mercado nacional”, destacou o dirigente da FUP.

A audiência pública foi requerida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) para discutir a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), da Petrobrás, localizada em Manaus. O contrato de negociação da refinaria e seus ativos logísticos para o grupo Atem foi assinado em agosto de 2021, por R$ 994 milhões, abaixo do valor mínimo de mercado, de R$ 1,463 bilhão, calculado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). O processo de venda da Reman ainda não está concluído.

Bacelar lembrou que estão em curso várias ações na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), impetradas pela FUP e Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), para barrar a venda da Reman. Ele pediu o apoio do Congresso nessa mobilização.

O presidente do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, disse que, em meio ao processo de venda de ativos da Petrobrás, a Reman, importante produtora de gasolina e GLP, está, atualmente, com unidade de refino paralisada, fazendo com que a refinaria trabalhe com fator de utilização (FUT) de apenas 60%. “A empresa está priorizado importações de gasolina e GLP; um absurdo”, denunciou Ribeiro.

Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Cloviomar Cararine, também presente à audiência da CAE, por ser a única refinaria localizada na Região Norte, a Reman possui capacidade de atender o mercado consumidor dos estados do Pará, Amapá, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. “Porém, com a paralisação proposital de uma unidade de refino, a planta está processando apenas 3.403 bbl/dia, muito abaixo de sua capacidade de processamento de 45.916 bbl/dia.

Veja um trecho da fala do Senador Jean Paul Prates: