Movimento sindical é alvo de setores de direita, que trabalham explicitamente contra a retomada do papel desenvolvimentista da maior estatal do país. FUP e sindicatos continuarão disputando os rumos da Petrobrás e lutando pela desbolsonarização da empresa
[Da imprensa da FUP]
Em direito de resposta enviado à jornalista Malu Gaspar, colunista de O Globo, a FUP contesta matéria publicada sexta-feira, 12, com acusações levianas contra as lideranças sindicais. Com a manchete “Gerente da Petrobras tido como bolsonarista fez aliança com sindicalistas para assumir cargo”, o texto já revela o objetivo de atacar a principal entidade representativa da categoria petroleira.
O conteúdo da matéria, repleto de ilações, tem por base acusações feitas por fontes anônimas, enquanto nenhum dirigente da FUP foi procurado pela jornalista para se posicionar.
Não por acaso, os ataques ocorrem no momento em que as trabalhadoras e os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão retomando o diálogo com a gestão da empresa e voltando a ter protagonismo na reconstrução da estatal e na recuperação de direitos que foram usurpados nos governos Temer e Bolsonaro.
Ao contrário do que prega o texto da colunista de O Globo, o que a FUP vem cobrando é a desbolsonarização da Petrobrás, pois esses gestores trabalham explicitamente contra a retomada do papel desenvolvimentista da empresa e farão de tudo para continuar atacando os trabalhadores e sua organização sindical.
Antes da posse do presidente Lula, ainda no governo de transição, a FUP e seus sindicatos já alertavam que os gestores bolsonaristas boicotariam as propostas que a categoria petroleira construiu para que a Petrobrás volte a ser uma empresa integrada de energia e comprometida com direitos sociais.
É evidente que a agenda defendida pela FUP e seus sindicatos encontraria resistência dos setores de direita e de extrema direita que se entranharam na empresa. Matérias na imprensa para atacar a imagem da Federação, tentando desgastá-la junto aos trabalhadores, são parte dessa estratégia.
Como afirmou no direito de resposta encaminhado à jornalista de O Globo, “a FUP não patrocina ninguém para cargos ou funções e tampouco faz acordos ou alianças com bolsonaristas”. O movimento sindical é autônomo e independente. Essa é a sua essência e sem isso não haveria greves nem conquistas, como as que os petroleiros protagonizaram ao longo da história da Petrobrás, inclusive em todos os governos petistas.
A FUP é uma entidade sindical classista e democrática, reconhecida por seu protagonismo na condução das lutas de uma das mais importantes categorias organizadas do Brasil. Representa milhares de trabalhadores da ativa e aposentados, próprios e terceirizados do Sistema Petrobrás, além de petroleiros de operadoras privadas.
A entidade, portanto, tem toda a legitimidade para defender o projeto político de reconstrução da maior estatal brasileira e de fortalecimento do setor de óleo e gás, com propostas para uma transição energética justa e de retomada do protagonismo da classe trabalhadora no desenvolvimento do país.
O projeto que as entidades sindicais defendem está na contramão do projeto de desmonte e de destruição de direitos que foi abraçado por gestores que sempre atuaram para favorecer o mercado e se aliaram, sem constrangimento, ao bolsonarismo.
A FUP e seus sindicatos, portanto, continuarão disputando os rumos da gestão da Petrobrás e lutando pela desbolsonarização da empresa.
Veja a íntegra do direito de resposta enviado ao jornal O Globo:
Rio de Janeiro, 12 de maio de 2023 – A Federação Única dos Petroleiros (FUP), com treze sindicatos filiados e mais de 40 mil petroleiros associados, refuta afirmações feitas na matéria “Gerente da Petrobras tido como bolsonarista fez aliança com sindicalistas para assumir cargo”, publicada nesta sexta-feira, 12, no blog da jornalista de O Globo Malu Gaspar, que visam, por meio de declarações de fontes em off, atingir a reputação e imagem da FUP – entidade democrática representativa da grande parte da categoria petroleira.
A atuação da maior federação de petroleiros do país é pautada pela luta contra a intervenção golpista na Petrobrás, que teve início com Michel Temer e sequência com Jair Bolsonaro, num processo nocivo, voltado à tentativa de enfraquecimento da maior empresa do Brasil. A FUP não patrocina ninguém para cargos ou funções e tampouco faz acordos ou alianças com bolsonaristas.
A Federação lamenta não ter sido ouvida pela coluna. Certamente teria falado em on.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP