Nesta sexta-feira, 28, representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) estiveram em mais uma reunião com a gestão de Recursos Humanos da Petrobrás para debater questões relacionadas à Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e Saúde Mental no ambiente de trabalho. O encontro foi marcado pelo lançamento do novo programa da empresa, denominado “Jornada Petrobrás de Fatores Humanos”.
O “Jornada Petrobrás de Fatores Humanos” visa aprimorar a formação e capacitação das lideranças em relação à segurança no trabalho, baseando-se em cinco princípios fundamentais:
1. Confiança é fundamental;
2. Pessoas criam segurança;
3. Como respondemos às falhas importam muito;
4. Aprender e melhorar é a chave para o sucesso;
5. O contexto direciona o comportamento.
Na reunião, a empresa também fez a apresentação do novo indicador de segurança ocupacional, o TAP (Alto Potencial). Esse indicador será implementado em conjunto com o índice TAR (Acidentes Registráveis), que já é utilizado pela companhia. Essa combinação visa abranger situações em que um incidente pode ter um potencial de gravidade mais elevado do que um acidente que seria classificado como registrável. Dessa forma, a empresa busca uma abordagem mais abrangente na avaliação de riscos e na prevenção de incidentes com alto potencial de acidentes.
A empresa também apresentou o que está sendo feito em relação à adequação do vestuário feminino e ao fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos trabalhadores.
A Federação destacou a importância de enxergar o trabalhador como sujeito e não como objeto das políticas de SMS. Além disso, enfatizou que a cultura organizacional e a forma como a Petrobrás atende às expectativas dos trabalhadores impactam diretamente no comportamento das pessoas e, consequentemente, na segurança das instalações e processos. A diretora Miriam Cabreira, da FUP, fez críticas à política de segurança dos “Três Ps” aplicada pela Petrobrás aos trabalhadores. Segundo ela, a empresa precisa dar mais voz aos trabalhadores, tornando-os sujeitos do processo e não apenas objetos das políticas de segurança. A efetividade das “regras de ouro” também foi questionada, destacando que sua aplicação prática nas fábricas precisa ser aprimorada.
Um dos tópicos levantados durante a reunião foi a utilização de avaliações e inspeções baseadas em risco. A Petrobrás foi instada a considerar os avanços e consensos da indústria brasileira antes de adotar essa abordagem, garantindo sua confiabilidade e responsabilidade. Em relação aos indicadores de segurança, a FUP expressou satisfação com os índices de ações de abrangência segura, ressaltando a importância de adaptá-los dinamicamente de acordo com as diferentes regiões.
Outro tema abordado foi o transporte dos trabalhadores em micro-ônibus em condições precárias, o que representa uma preocupação em relação à segurança dos usuários.
Em relação à COVID, a FUP destacou a importância de a Petrobrás se engajar no projeto que está sendo realizado pela Fiocruz sobre Covid-19 de longa duração. A participação da empresa nesse projeto é fundamental para fornecer dados reais e agregar credibilidade à pesquisa, que busca identificar as sequelas da doença em trabalhadores do regime offshore.
Serão realizadas mais duas reuniões para aprofundar dois temas importantes: política de SMS e análise de acidentes. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) expressou preocupação no segundo tema, afirmando que a empresa não está cumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente. Além dessas reuniões, está programada uma visita ao setor de segurança em transporte terrestre.