Sem avanços na negociação

FUP e FNP indicam greve de dois dias no Sistema Petrobrás

Foto: Paulo Neves/FUP.

Sem avanços na negociação, entidades da categoria petroleira voltam a paralisar atividades no Sistema Petrobrás

Em reunião realizada nesta quarta-feira (14), as duas federações da categoria petroleira decidiram pela continuação da greve de advertência realizada em março, com a indicação de uma nova paralisação de dois dias, programada para iniciar às 7h do dia 29 de maio e terminar às 19h do dia 30, em resposta a ausência de avanços nas negociações com a Petrobrás.

As entidades entendem que não é possível admitir que a Petrobrás siga priorizando a farta distribuição de dividendos para os seus acionistas, enquanto apresenta um plano de redução de custos e a diminuição da remuneração variável dos seus trabalhadores. A indignação da categoria aumentou após a fala da presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, que, um dia após anunciar lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025 e a distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos, declarou que a empresa atravessa uma fase de cortes e austeridade.

Para as federações, é inaceitável que, diante de lucros recordes, os trabalhadores sigam sendo penalizados. Além disso, os trabalhadores reivindicam melhorias nas condições de segurança no Sistema Petrobrás e criticam que uma empresa do porte da Petrobrás siga praticando a subnotificação de acidentes, como ocorreu recentemente na plataforma Cherne 1.

Proposta unitária

No sentido de fortalecer a luta, ao mesmo tempo em que mantém o canal de diálogo aberto com a empresa, as federações optaram pela elaboração de uma contraproposta conjunta para ser apresentada à Petrobrás, construída pelas duas federações, a partir das propostas sugeridas pelo comitê de base composto por trabalhadores de regime administrativo.

As federações realizarão assembleias em todas as bases na próxima semana, visando formalizar a já amplamente manifestada rejeição da proposta da empresa.