Interrupção e reversão das privatizações, fim do PPI e reconquista de direitos dos trabalhadores estão na agenda do encontro
[Da imprensa da FUP]
No dia seguinte à nomeação de Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás, a FUP e seus sindicatos voltam a retomar a interlocução com a gestão da empresa, que havia sido interditada nos governos Temer e Bolsonaro. Em reunião nesta sexta-feira, 27, com o novo presidente, as direções sindicais apresentarão uma série de propostas para a reconstrução da Petrobrás e a retomada de direitos históricos da categoria, que foram desmontados nos últimos anos, como a AMS e a recomposição dos efetivos.
Entre as principais medidas emergenciais que serão cobradas pela FUP estão a interrupção imediata dos processos de privatização que ainda estão em curso e a revisão do Plano Estratégico da Petrobrás para o período 2023/2027, que foi desenhado pela gestão Bolsonaro e aprovado no ano passado.
São 55 vendas ocorrendo neste momento, na Petrobrás. Enquanto a diretoria não muda, esses pilantras estão acelerando as privatizações.
Na sexta passada a @FUP_Brasil se reuniu com a Casa Civil do Governo @LulaOficial. Precisamos reverter essas vendas!
— Sindipetro-ES (@sindipetro_es) January 23, 2023
Parte das propostas a serem discutidas com Jean Paul Prates já foi apresentada diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e debatida na transição de governo, como mudanças na atual política de preços de paridade de importação (PPI), que reajusta os combustíveis conforme a variação do dólar, do preço do barril do petróleo no mercado internacional e os custos de importação dos derivados.
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A FUP e seus sindicatos cobrarão também a suspensão e reversão das privatizações das unidades estratégicas da empresa; conclusão das obras de expansão da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; retomada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj); novos investimentos em exploração e produção, respeitando conteúdo local; retomada do setor de fertilizantes, com a reabertura da Fafen-PR e conclusão das obras da fábrica de Mato Grosso do Sul; construção de uma política efetiva de transição energética justa, com inclusão dos trabalhadores no debate sobre a revitalização do programa de biocombustíveis e investimentos em pesquisas para o desenvolvimento do hidrogênio verde; além de reivindicações referentes a direitos trabalhistas e previdenciários da categoria petroleira.
Reconquista de direitos
“Vamos discutir com o novo presidente da Petrobrás temas centrais para os trabalhadores, na busca de reconquista de direitos históricos, que foram perdidos durante os governos Temer e Bolsonaro, a exemplo dos descontos abusivos nos planos de saúde e na previdência complementar, principalmente de aposentados e pensionistas, muitos deles com contracheque zerado de seu benefício”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Outra questão central que será tratada na reunião é a necessidade de realização de novos concursos públicos na Petrobrás para recompor os efetivos que foram drasticamente reduzidos nos últimos anos, o que tem impactado a segurança das unidades operacionais, com reflexo direto na vida dos trabalhadores e nas comunidades do entorno.
Reversão das privatizações
A FUP e seus sindicatos cobrarão de Jean Paul Prates compromisso com a reversão da privatização de ativos que já foram privatizados pelo governo Bolsonaro e outros que estão em processo de venda, como campos de Albacora e Albacora Leste, no Norte Fluminense, e mais de 50 outros ativos. Será tratada na reunião a situação da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), atual Refinaria de Mataripe, na Bahia; da Refinaria de Manaus (Reman); da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, e da Fábrica de Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará.
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