NEGACIONISMO MATA

FUP denuncia alta gestão da Petrobrás por violar Código de Ética e colocar trabalhadores em risco

Foto: Reprodução Jornal Nascente/Sindipetro NF

Orientação é para a categoria também formalizar a denúncia nos canais corporativos da empresa. Saiba como

[Da imprensa da FUP]

O uso obrigatório de máscaras, o distanciamento físico e a testagem dos trabalhadores são alguns dos procedimentos que a gestão da Petrobrás diz cumprir no enfrentamento à pandemia da Covid-19. No entanto, não foi isso que aconteceu no último dia 31, no Polo Gaslub (antigo Comperj), na região metropolitana do Rio de Janeiro, durante evento interno, que serviu de palco para a alta administração da empresa fazer discursos políticos de ataque às gestões anteriores e em apoio declarado ao presidente Jair Bolsonaro.

Ainda chocados com o comportamento negacionista dos executivos da Petrobrás, entre eles o presidente da companhia, o general Silva e Luna, petroleiros e petroleiras querem saber que providências serão tomadas contra o descumprimento das normas internas da empresa. Desde que as imagens e vídeo do evento foram divulgadas com estardalhaço nas redes sociais do presidente da República, mostrando os diretores da Petrobrás “fantasiados” com uniforme de petroleiro, sem máscaras e sem o devido distanciamento físico que as regras internas da Petrobrás exigem, uma enxurrada de mensagens tomou as redes internas de comunicação da empresa.

A FUP e seu sindicatos reagiram imediatamente, repudiando a postura negacionista dos dirigentes da Petrobras e estão apresentando denúncia aos órgãos de fiscalização, já que a alta administração colocou em risco iminente os trabalhadores do Gaslub e violou o Código de Ética da empresa, que deve ser cumprido por todos os funcionários, sem exceções. A denúncia está sendo encaminhada ao Ministério da Saúde, ao Ministério Público do Trabalho, à ANVISA, à ANP e à Superintendência Regional do Trabalho do Rio de Janeiro.

Faça a denúncia nos canais da Petrobrás. Veja como

É importante lembrar que o Rio de Janeiro é um dos estados mais impactados pela atual onda de contaminação causada pela variante Ômicron, o que fez explodir os casos de Covid-19 entre os trabalhadores da Petrobrás. Segundo dados da própria empresa, 60% dos cerca de 1.500 empregados que testaram positivo nas últimas semanas se contaminaram no estado do Rio de Janeiro.

Além de colocar a categoria em risco e desrespeitar os mais de 10 mil petroleiros e petroleiras que foram infectados pela Covid desde o início da pandemia, dos quais 59 perderam a vida, o presidente da Petrobras e seus diretores negacionistas ferem o Código de Ética da empresa e, como tal, são passíveis de punição.

A FUP orienta os trabalhadores a denunciarem essa violação aos devidos canais corporativos da Petrobrás, como a Ouvidoria. Como sugestão, a assessoria jurídica elaborou um texto que pode servir como modelo para a categoria protocolar a denúncia.

Veja abaixo o passo a passo de como acessar e fazer a denúncia nos canais disponibilizados pela empresa: 

Canal de denúncia da Petrobrás

https://www.contatoseguro.com.br/petrobras

0800 601 6925

Ouvidoria da Petrobrás

https://petrobras.com.br/pt/ouvidoria/

0800 282 8280

SUGESTÃO DE TEXTO PARA FAZER A DENÚNCIA NOS CANAIS DA PETROBRÁS

No dia 31/01/2022, durante a visita presidencial à GASLUB em Itaboraí, os visitantes e gestores da Petrobrás presentes descumpriram totalmente as normas sanitárias referentes ao COVID-19 do país e da própria Empresa, pois estavam todos sem máscara em ambiente fechado e sem respeitar os protocolos de distanciamento social.  Os Gestores presentes eram: Joaquim Silva e Luna, Rafael Chaves Santos, João Henrique Rittershaussen, Juliano de Carvalho Dantas e Claudio Rogerio Linassi Matella.

Destaca-se que nas Normas e Procedimentos internos da Petrobras, bem como nos materiais de divulgação para a força de trabalho relacionados ao COVID-19, consta o seguinte: “Na Petrobras, o uso de máscara é obrigatório para todos os colaboradores e visitantes, dentro das instalações e nos transportes oferecidos pela companhia. O uso obrigatório vale para todos os ambientes da companhia.”

Além disso, os referidos senhores também violaram cláusulas do Código de Ética da Companhia. Aliás, o Código se aplica a TODOS os empregados da Petrobrás, sem exceção, conforme previsão do item 1.

Nessa esteira, o item 2 do Código prevê o “respeito à vida e às pessoas e ao meio ambiente”.

O código também afirma que: “3. NOSSOS COMPROMISSOS DE CONDUTA. 3.1. EXEMPLO. A Alta Administração e demais lideranças da Petrobras são responsáveis por promover os princípios e os valores estabelecidos neste Código, devendo sempre servir de exemplos para que suas equipes se sintam integradas e parte de uma única organização, mantendo coerência plena entre o discurso e a prática.”

Ainda, no item 3.10 há a afirmação de que os empregados da Petrobrás carregam consigo a reputação da Companhia, podendo resultar na aplicação de sanções disciplinares e inclusive rescisão contratual.

Questiona-se: Tal conduta respeita a vida das pessoas? Qual exemplo esses Gestores estão dando aos demais funcionários da Companhia: ferir o código de ética e descumprir as normas sanitárias? Qual a mensagem que isso transmite ao público e qual o peso para a reputação da Companhia?

Ressalte-se que a quebra de decoro por parte desses funcionários ocorreu em uma conjuntura específica: surtos de COVID-19 em várias plataformas da Bacia de Campos, explosão de casos da variante Ômicron e nova variante da gripe, sendo o Estado do Rio de Janeiro um dos mais afetados. Diante desse contexto, a conduta dos gestores torna-se ainda mais grave e deve ser punida levando isso em consideração.

Vários trabalhadores sem cargo gerencial já sofreram sanções disciplinares, através do sistema de consequencias da Petrobras, pelo não cumprimento das Normas e Procedimentos da empresa referentes a Saúde e Segurança.

Portanto, diante das previsões citadas do Código de Ética da Companhia e das normas sanitárias de combate ao COVID-19, solicito a apuração por parte da Ouvidoria das Condutas ora narradas e, consequentemente, a aplicação das punições cabíveis, conforme sistema de consequências da Petrobrás.

Cordialmente,

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