“A UP será fundamental na reconstrução da empresa e no resgate do espírito de equipe e do orgulho de ser petroleiro e petroleira”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar
[Da imprensa da FUP]
A FUP participou nesta terça-feira, 06, de reunião com gestores da Petrobrás onde apresentou propostas para a reconstrução e o fortalecimento da UP, a Universidade Petrobrás. Por ser uma área estratégica da empresa, a UP foi esvaziada e instrumentalizada no governo Bolsonaro para atender ao projeto de desmonte e de privatização da estatal.
Os dirigentes sindicais cobraram que a nova gestão priorize a universidade corporativa não só como centro de formação profissional e de difusão de conhecimento, mas também como elo de integração dos trabalhadores e de fortalecimento da identidade coletiva, que é a marca da categoria petroleira.
O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, criticou o processo de desestruturação da UP e de toda a política de Recursos Humanos da estatal, que ocorreu nos últimos seis anos. “A Universidade Petrobrás é um espaço de formação que precisa ser valorizado, pois é o primeiro ambiente em que o trabalhador constroi relações com a empresa e ele precisa conhecer a história dela, a sua importância e, assim, criar o sentimento de pertencimento e de coletividade. Infelizmente, na gestão passada, a UP foi utilizada no sentido inverso. O que vimos foi uma mudança brutal na cultura organizacional para promover uma competição desmedida entre os trabalhadores”, criticou Bacelar.
Ele afirmou que essa política equivocada promoveu uma quebra do espírito coletivo e fez com que milhares de petroleiros e petroleiras deixassem a estatal, aderindo aos PIDVs. “Não podemos permitir que isso volte a acontecer com os novos trabalhadores que estão chegando e com os próximos que irão ingressar na Petrobrás, com a retomada dos concursos públicos. A UP será fundamental na reconstrução da empresa e no resgate do espírito de equipe e do orgulho de ser petroleiro e petroleira”, afirmou o coordenador da FUP.
O engenheiro Guilherme Sargenti, que é professor há mais de 14 anos na UP, reforçou que “a Universidade Petrobrás é importante para a construção da cultura e força coletiva do corpo técnico único da companhia” e concordou que “a redução dos treinamentos foi prejudicial para isso”.
Ele destacou que a nova UP terá o papel de capacitar não só os novos trabalhadores que estão chegando e que precisam conhecer a história da Petrobrás, como também reforçar os valores da empresa para os que já estão na companhia. Concordou ainda que é preciso haver uma sinergia entre o RH e a UP. “Cuidar do conhecimento também é cuidar das pessoas”, afirmou.
Uma preocupação bastante enfatizada por Sargenti foi a necessidade da Universidade Petrobrás atuar no sentido de retenção do conhecimento. Ele criticou a saída desestruturada de mais de 30 mil trabalhadores nos últimos anos, o que causou uma perda significativa de conhecimento técnico. “A Petrobrás é formada por pessoas que conhecem profundamente o negócio da empresa e nós perdemos as mais experientes, as que fundaram legados. Isso deixou uma lacuna de conhecimento na companhia”, ressaltou.
Na apresentação feita à FUP, os gestores da Petrobrás anunciaram que a UP será fortalecida como uma gerência geral dentro da estrutura de gestão de pessoas, alinhada à nova política de RH da empresa. O seu organograma deverá ser reestruturado para atender a três grandes objetivos: desenvolvimento de competências, gestão de conhecimentos e suporte à gestão e aos serviços da empresa.
A proposta de reestruturação da Universidade Petrobrás, que ainda será encaminhada para análise e aprovação do CA da empresa, prevê a atuação integrada e transversal da unidade, com foco, principalmente, na transição energética. Os gestores informaram que serão retomados os convênios com as entidades externas de ensino e os centros tecnológicos, além de reativação dos núcleos regionais da UP, entre eles o da Bahia, que deverá ser reestruturado após a reabertura da sede da Petrobrás em Salvador, no Edifício Torre Pituba. “Queremos agregar valores não só para a empresa como também para a sociedade”, afirmou Sargenti.