Implementação de novas medidas

FUP: “Além de capacidade técnica, é preciso profissionais comprometidos com o projeto de reconstrução da Petrobrás”

Entidade promete exercer seu papel de cobrança sobre nova diretoria para implementação de medidas

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) acompanha o processo de composição da nova diretoria e do conselho de administração (CA) da Petrobrás e ratifica o compromisso de seguir seu papel de entidade sindical, cobrando do governo a adoção de medidas que considera importantes para o fortalecimento da companhia como indutora do desenvolvimento econômico e social do país.

“Continuaremos a exercer nosso direito de cobrança, seguindo o princípio de autonomia e de independência sindical diante de governos e de patrões, quais sejam eles”, afirmou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, ao comentar a indicação, anunciada nesta quinta-feira, 2, de cinco novos membros para a diretoria da Petrobrás.

Bacelar reconhece que o novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, tem destacado em seu programa de trabalho muitas das propostas defendidas pela FUP, as quais foram ratificadas pelos petroleiros em reunião na semana passada com Prates, na sede da Petrobrás, no Rio, e que já tinham sido apresentadas ao presidente Lula.

“Acompanharemos a gestão de Jean Paul Prates e vamos cobrar permanentemente a implantação dessas propostas”, afirma o dirigente da FUP, reconhecendo, porém, que a tarefa não será fácil:  “Para que a Petrobrás volte a ser uma empresa integrada, atuando em todo o território nacional e valorizando seus trabalhadores e a indústria nacional, muitas mudanças terão que ser realizadas na companhia”.

A FUP acredita que um dos pré-requisitos para trabalhar na Petrobrás e, principalmente, ocupar cargo de gestão na companhia é, além de capacidade técnica, ter profissionais comprometidos e identificados com o projeto de reconstrução da empresa. “O que observamos nos últimos anos é um contingente expressivo de executivos da empresa, senão a maior parte deles, empenhados na destruição da Petrobrás”, avalia Bacelar.

Bacelar frisa que ”permanecerá no movimento sindical, sobretudo nesse momento em que o governo vai precisar de sustentação política e de pressão, para que o atual mandato de Lula, de ampla coalizão – que, por tabela, é um governo de disputas -, seja disputado à esquerda, e para que o programa de governo seja cumprido”.

Bacelar promete também cobrar da nova administração da Petrobrás a melhoria de direitos dos trabalhadores e recuperação de perdas salariais e previdenciárias dos petroleiros, além de recomposição do efetivo da empresa, via concursos públicos.

Entre as propostas defendidas pela FUP destacam-se: A implementação de uma política de preços de combustíveis que considere os custos nacionais de produção; suspensão dos processos em andamento de privatização de ativos da Petrobrás;  aumento da capacidade de refino nacional; desenvolvimento da cadeia de fornecedores nacionais de bens, serviços e de máquinas e equipamentos, contribuindo para o aumento do conteúdo nacional nas encomendas da empresa; revitalização do programa de biocombustíveis, da transição energética.