Comitês de luta

Foi lançado o Comitê de Luta da categoria petroleira para reconstruir o Brasil

Comitê de Luta dos Petroleiros e Petroleiras foi lançado nesta quinta-feira (09/06) na sede da FUP, no Rio de Janeiro. Foto: Paulo Neves/FUP.

Petroleiros e Petroleiras e organizam em comitês populares para reconstrução do Brasil

[Da Comunicação da FUP]

Na manhã desta quinta-feira (09/06) a Federação Única dos Petroleiros (FUP) lançou na sua sede do Rio de Janeiro o Comitê de Luta dos Petroleiros e Petroleiras, de caráter nacional, que irá colocar a luta da categoria petroleira a serviço do povo brasileiro em um diálogo nacional para superar os problemas mais urgentes do país. O objetivo é dialogar com a população sobre a imperiosa necessidade de reconstruir o Brasil e recuperar a soberania nacional.

O evento reuniu lideranças petroleiras, políticas e dos movimentos sociais. O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou: “o lançamento deste comitê é importante não só para mobilizar a sociedade brasileira, mas também para ter a força da população pressionando o governo para nós termos de fato um plano de reconstrução do Brasil a partir das empresas públicas, dentre elas a nossa querida Petrobrás”.

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O lançamento do Comitê de Luta dos Petroleiros e Petroleiras aconteceu nesta quinta-feira (09/06) na sede da FUP no Rio de Janeiro. Fotos: Paulo Neves/FUP.

Na luta

O ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, participou de forma remota do evento, e destacou o papel da categoria na luta pela democracia: “Os petroleiros e petroleiras sempre tiveram um papel central na luta social brasileira, na defesa da soberania nacional, da Petrobrás e de um projeto de desenvolvimento com inclusão, redução da pobreza e da desigualdade no Brasil”. Gabrielli acrescentou: “Esse Comité de Luta é constituído por uma categoria valorosa, mobilizada e que com certeza vai enfrentar a destruição do Estado Brasileiro e irá contribuir na elaboração de uma proposta para a nação de reconstrução e transformação do país”.

O ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli participou de forma virtual. Foto: Reprodução Youtube.

Presidente da estatal entre 2005 e 2012, Gabrielli explica: “O problema é a Política de Paridade de Importação, a disputa entre quem vai pagar a conta de uma contenção do aumento dos preços dos combustíveis. Se vai ser o acionista da Petrobrás ou se vai ser o povo brasileiro através das verbas para educação e saúde dos Estados”.

Boas perguntas

O senador potiguar Jean Paul Prates (PT) prestigiou o lançamento de forma presencial. Segundo ele, os Comitês têm como objetivo debater o presente, mas também o futuro: “A gente precisa fazer desses comitês espaços de conscientização sobre para onde a gente vai, qual é o destino do Brasil, com esse processo de desmonte iniciado desde o golpe de 2016 o país está jogando fora negócios e ativos que outros países não tem e colocando em xeque nossa soberania”. Segundo o senador, é importante retomar a ideia de uma Petrobrás forte a serviço do Brasil: “ A Petrobrás é uma empresa pública, no sentido largo, ela é dos cidadãos brasileiros e de eventuais acionistas, que são muito bem vindos a investir desde que invistam e estejam interessados em ganhar com o Estado Brasileiro em coisas que interessam ao Estado Brasileiro, de acordo com o planejado pela nação”.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) é um grande aliado da FUP na luta em defesa da Petrobrás e da Soberania Nacional. Foto: Paulo Neves/FUP.

Sobre as falsas narrativas do governo para justificar o abusivo preço dos combustíveis, Prates afirmou que é necessário combatê-las com argumentos e respostas, mas também com boas perguntas, por exemplo: “Por quê você acha que durante 60 anos, com governos de direita e de esquerda corremos atrás da auto suficiência, conseguimos alcançar ela com o presidente Lula em 2006, para chegar hoje no Preço de Paridade de Importação, que é como se você não tivesse uma gota de petróleo e nenhuma refinaria?”. Os desafios nesse sentido não são poucos: “O cara que está lá sofreu uma lavagem cerebral contrária. Vocês são marajás, sindicalistas, a Petrobrás já não serve mais. Mas não dá para ver um taxista, um motorista da Uber, justificando e caindo na narrativa bizarra do governo. Essa narrativa surreal precisa ser combatida”.

Unidade na luta

O ex-coordenador geral da FUP, e pré-candidato a Deputado Federal pelo PT no Rio de Janeiro, Zé Maria Rangel expressou: “Se tem uma característica da FUP é que nunca ficamos no muro, sempre tivemos lado. Sempre estivemos ao lado da democracia e daquelas candidaturas que representavam a possibilidade real e concreta de um país menos desigual”.

A companheira Caroline, do MPA, durante sua fala. Foto: Paulo Neves/FUP.

Essa característica é compartilhada pelos movimentos populares e das entidades sindicais que acompanharam a FUP no lançamento do Comitê de Luta dos Petroleiros e Petroleiras. Estiveram representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) à qual a FUP é filiada, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude e partidos como o PT, PSOL e PCdoB, entre outros.

A representante do MPA, Caroline, que participou da mesa, expressou: “A defesa da Petrobrás não pode ser exclusiva da categoria petroleira. Precisa ser de todo o povo brasileiro, porque só iremos avançar com um Brasil soberano se a Petrobrás estiver na mão do povo”. A militante atentou para a recente divulgação dos dados da fome, que trouxeram a gravíssima cifra de 33 milhões de brasileiros e brasileiras nessa situação: “Vivemos um Brasil de terra arrasada. O que fizeram com nosso país? O país que se orgulhava de ter tirado seu povo da miséria hoje tem mais de 30 milhões de famintos. Disseram que íamos virar Cuba, Venezuela como se isso fosse o pior dos cenários, mas a realidade é que nenhuma população da América Latina se encontra hoje numa situação tão miserável como a nossa”.

Ze Maria Rangel, ex-coordenador geral da FUP e pré-candidato a Deputado Federal pelo PT-RJ. Foto: Paulo Neves.

Para Zé Maria, um dos maiores desafios do comitê é traduzir de jeito simples problemas complexos. “O desafio é traduzirmos para que as pessoas mais humildes entendam o que significa a privatização da Petrobrás na vida de cada um, os impactos desse crime. A perda de emprego no mercado nacional, o aumento dos combustíveis e o aumento da inflação, que corrói o salário da classe trabalhadora, a perda de soberania alimentar gerada pela lesiva venda das fábricas de fertilizantes”. Rangel também destacou a importância de ganhar as eleições, mas também da luta posterior: “Nós temos que ocupar o Parlamento, discutir lá a soberania nacional, a soberania energética, levar os debates essenciais para a vida do povo brasileiro! Para isso é preciso lutar muito para ganhar a eleição e continuar lutando depois”.

Comitês da FUP

Assista o evento completo, transmitido pelo Youtube da FUP: