Entre os projetos em discussão estão a transformação da Lubnor na primeira refinaria zero carbono, a produção de hidrogênio verde no Terminal de Regaseificação do Pecém, a implantação de eólicas offshore e possível reabertura da Usina de Biodiesel de Quixadá
[Com informações do Sindipetro Ceará/Piauí]
Após quase 50 anos de fundação do Sindipetro CE/PI, um presidente da Petrobrás ocupando o mandato do cargo visitou a sede do sindicato.
Além do presidente Jean Paul Prates, estiveram presentes os diretores executivos da empresa, Clarisse Coppetti (Assuntos Corporativos), William França (Processos Industriais e Produtos) e Sérgio Leite (Financeiro e de Relacionamento com Investidores).
A comitiva de executivos da Petrobrás confirmou os estudos que serão apresentados ao Conselho de Administração para investimentos na Lubnor, buscando-se o aumento da produção de lubrificantes, diesel renovável utilizando hidrogênio sustentável, fabricação do CAP pro (de menor pegada de carbono) e biobunker.
A ideia é transformar a Lubnor na primeira refinaria zero carbono da Petrobrás, podendo, caso seja rentável, em médio prazo evoluir para uma biorefinaria. No entanto, isso depende ainda da revisão do novo Plano Diretor de Fortaleza. “A área do Mucuripe, como todos sabemos, é muito visada por especulação imobiliária, e a Prefeitura de Fortaleza, a população e seus representantes ainda devem definir qual a prioridade para o futuro sustentável da região”, ressaltou a diretoria do Sindipetro.
Terminal de Regaseificação do Pecém
Em relação ao Terminal de Regaseificação do Pecém, enfatizou-se que a área do píer 2 foi solicitada pela Ceará Portos para futuros projetos de amônia e hidrogênio verde e que não há no momento pedido do Estado do Ceará para restabelecer o fornecimento de GNL. A empresa segue negociando autorizações para efetuar operações ship to ship com a Transpetro no porto, fornecendo assim diesel para o funcionamento da TermoCeará.
Biodíesel, eólicas offshore e margem equatorial
A Petrobrás segue estudando cenários para uma possível reabertura, além de tratativas para reter conhecimento e tornar a Petrobras Biocombustível rentável. Também foi citado que a empresa continua desenvolvendo estudos sobre eólicas offshore no Ceará e está aberta para, seguindo as regras do mercado, adquirir negócios que tragam sinergia ao novo plano de negócios aprovado.
Segundo o Sindipetro CE/PI, “isso inclui até ativos desinvestidos nos quais as compradoras não seguiram demonstrando interesse ou mesmo capacidade de continuar. Tudo oportunamente será estudado, caso a caso”.
O presidente da Petrobrás também enfatizou o importante papel dos trabalhadores do Ceará no apoio logístico e infraestrutura do poço pioneiro de Pitu Oeste, início da exploração da Margem Equatorial situada na divisa entre Ceará e RN. “Somente isso já assegura benefícios na geração de empregos e renda em terras alencarinas. Resta agora aguardar que a acumulação seja promissora, estendendo seus domínios para a Bacia do Ceará, trazendo mais riqueza para a população cearense e restabelecendo a participação do nosso estado entre os grandes produtores nacionais”, reforçou o Sindipetro.
Petrobrás fica no Ceará
Em nota, a diretoria da entidate agradeceu a visita da comitiva da Petrobrás: “como representantes dos empregados, aproveitamos para nos posicionar engajados em contribuir com uma Petrobras mais forte no estado do Ceará. Temos certeza de que não faltará empenho e, com a capacitação técnica e conhecimento dos trabalhadores, teremos sucesso!”.
Para o Sindicato, além de simbólica, a visita “concretiza uma nova forma de interação empresa-sindicato implementada desde a posse do presidente Jean Paul Prates, em linha com o que há de mais moderno nas relações sindicais nas democracias desenvolvidas, onde o sindicato é artífice dos projetos e contribui na geração de empregos e renda, além, claro, de garantir os direitos, segurança e bem-estar dos trabalhadores. Foram quase 2h de uma conversa franca, onde pudemos ouvir os planos traçados para a Petrobras no Ceará e dialogar sobre as necessidades da base.”.
Por fim, o Sindipetro CE/PI reforçou que “os trabalhadores da Petrobrás saúdam e observam com bons olhos os projetos em biorefino e carbono zero. Nossa percepção é que essa alternativa manterá os investimentos, empregos, arrecadação de impostos e renda dos trabalhadores ao mesmo tempo em que prepara a cidade de Fortaleza para o futuro e colabora com a vocação do estado do Ceará para energias renováveis e influi positivamente na industrialização do estado. Esse projeto está alinhado à política de transição energética justa do presidente Lula, com a Petrobras assumindo papel importante na liderança desse processo. Seguimos ainda mais confiantes e agora podemos afirmar com certeza: PETROBRÁS FICA NO NORDESTE! PETROBRÁS FICA NO CEARÁ!”.
Prefeito de Fortaleza e governador do Ceará reforçam importância dos investimentos
A Petrobrás prepara um novo plano de investimento para a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza. A intenção é transformar o equipamento na primeira refinaria “carbono neutro” do Brasil.Em série de agendas em Fortaleza, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, apresentou o projeto para o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) e para o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT).
Sarto destacou que o plano de investimento deve contribuir também para o fortalecimento da produção de biocombustíveis no País.
“A decisão impacta nossa cidade muito positivamente, atraindo novos investimentos e gerando oportunidades de trabalho para a nossa gente. Assumimos o compromisso de estreitar ainda mais os diálogos, através do grupo de trabalho já instituído, para que a Petrobras desenvolva projetos sociais aqui em Fortaleza, beneficiando principalmente a região do Mucuripe”, disse o prefeito.
Já o governador, que recebeu Prates no Palácio da Abolição pela manhã, destacou o projeto. “Eu tenho certeza que será um ganho muito importante para o estado do Ceará e para Fortaleza, com criação de empregos para nossa Capital”, afirma.Ainda no encontro, o governador recebeu mais detalhes de Prates sobre os investimentos na área de transição energética, com criação de diretoria só para tratar dessa questão.
Segundo Elmano, é nesta diretoria que será pensado o envolvimento da empresa com hidrogênio verde e eólica offshores (com projetos no Ceará e no Rio Grande do Norte).A Lubnor é uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no país a produzir lubrificantes naftênicos. Ainda durante o governo Bolsonaro foi fechado acordo para venda a Grepar Participações, em maio de 2022, por US$ 34 milhões.
