Em três anos, os preços da gasolina e do gás de cozinha nas refinarias subiram cinco vezes mais que a inflação. No diesel, o aumento acumulado foi quatro vezes maior que o Índice de Preço ao Consumidor Amplo(IPCA)
[Da Assessoria da FUP]
A FUP denuncia sistematicamente os nefastos impactos do Preço de Paridade de Importação (PPI) adotado pela gestão da Petrobrás após o golpe de 2016. Estudo recente do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da FUP, analiza os abusivos aumentos de preços gerados por essa política.
Desde janeiro de 2019, início da gestão do presidente Jair Bolsonaro, a gasolina teve reajuste de 116%, ante uma inflação de 20,6% no período. No gás de cozinha, a alta foi de 100,1%, e no diesel, de 95,5%, de acordo com dados da Petrobrás, analisados pelo Dieese.
Os combustíveis no Brasil deverão permanecer como umas das principais fontes de pressão inflacionária. “Com as tensões na Ucrânia e ondas de frio nos países do Hemisfério Norte, que elevam o consumo de petróleo, os preços do óleo no mercado internacional deverão subir ainda mais, podendo superar US$ 100 por barril”, prevê Cloviomar Cararine, economista do Dieese/subseção FUP (Federação Única dos Petroleiros).
“O Brasil, mesmo com produção de petróleo e derivados suficiente para o abastecimento interno, será impactado pela política de preço de paridade de importação (PPI), que dolarizou os combustíveis, com reajustes que seguem os preços internacionais, variação cambial e custos de importação”, acrescenta Cararine.
Os aumentos de preço nas refinarias repercutem nos postos de revenda, ou seja, no bolso do consumidor final. De janeiro de 2019 até hoje, a gasolina subiu 52,8%, o diesel 63,6% e o GLP, 47,8%, muito acima também do reajuste do salário mínimo, de 21,4% no período, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP).
No PPI, gás de cozinha aumentou 287,2%
As altas nos preços dos combustíveis acima da inflação ocorrem desde a implantação do PPI, em outubro de 2016, pelo governo do ex-presidente Michel Temer e mantido por Bolsonaro. De outubro de 2016 a 1º de fevereiro de 2022, o gás de cozinha nas refinarias sofreu reajuste de 287,2%, face a uma inflação acumulada de 29,8%. Na gasolina, o aumento foi de 117,2% e no diesel, de 107,1%.
Repassados para o consumidor final, os reajustes nos postos acumularam, no período, 81,6% na gasolina, 88,1% no diesel e 84,8% no gás de cozinha.
Veja a tabela elaborada pelo Dieese/sub-secao FUP, com base em dados da Petrobrás e da ANP: