ONDA DE PARALISAÇÕES

Em greve, petroleiros franceses colocam em xeque superlucro das multinacionais e inspiram outras categorias

Foto: Damien Meyer/AFP

A FUP e seus sindicatos manifestam solidariedade integral aos petroleiros franceses que estão em greve nas principais refinarias do país. O movimento teve início no dia 21 de setembro, puxada pelos trabalhadores da Exxon Mobil e se alastrou para as refinarias da TotalEnergies, paralisando as unidades petroquímicas da França.

Os sindicatos reivindicam reajuste salarial acima da inflação (que está em torno de 6%) e denunciam as multinacionais por se beneficiarem com superlucros gerados pela alta dos combustíveis, enquanto aumentam a exploração sobre os trabalhadores.

No primeiro semestre deste ano, a Total registrou lucro líquido de US$ 10 bilhões (o equivalente a R$ 53 bilhões) e a Exxon Mobil lucrou US$ 18 bilhões (cerca de R$ 96 bilhões). Os sindicatos franceses reivindicam, em média, 10% de reajuste salarial.

Segundo as agências internacionais de notícias, seis das oito refinarias francesas pararam por conta da greve, levando a um racionamento de combustíveis, pois 30% dos postos do país já estariam sem gasolina e diesel.

As empresas petrolíferas, no entanto, apesar dos lucros extraordinários que tiveram, preferem apostar no caos, ao insistirem em reajustes salariais muito abaixo do que está sendo reivindicado pelos sindicatos. A Total, por exemplo, ofertou 5% e a Exxon, 6,5%.

Nessa queda de braço, o governo de Macron segue passando pano para as empresas de petróleo ao desconversar em relação à taxação dos superlucros, enquanto autoriza importação de combustíveis e tenta forçar os grevistas a retornarem ao trabalho, medida arbitrária e fortemente impopular na França.

Os petroleiros franceses, no entanto, seguem resistindo e inspirando outras categorias, como os ferroviários, que aprovaram entrar em greve na segunda-feira, 17, e os trabalhadores das usinas de energia nuclear, que devem parar na terça, 18.

A Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e outras centrais sindicais da França convocaram outras categorias para uma greve geral no dia 18, contra o arrocho salarial e os ataques ao direito de greve. #Greve18Octobre

[Imprensa da FUP, com informações das agências de notícias]