Além dos riscos operacionais e da insegurança dos trabalhadores, o sindicato alerta para a possibilidade de desabastecimento de gás de cozinha e combustíveis na Bahia
[Da imprensa do Sindipetro BA, com edição da FUP]
O Sindipetro Bahia recebeu denúncia de que algumas unidades da Refinaria de Mataripe, administrada pela empresa Acelen, estão paradas ou apresentando problemas operacionais que teriam sido provocados pelas fortes chuvas que caem na Bahia.
Ainda segundo a denúncia, na tentativa de retomar a operação das unidades, um compressor da Unidade-39 (U-39) apresentou problemas, impossibilitando o retorno do craqueamento do petróleo (um processo químico que transforma frações de cadeias carbônicas maiores em frações com cadeias carbônicas menores).
O problema na U-39, de acordo com a denúncia, deixou o estoque de combustíveis em seu nível mínimo. Tanto que a Acelen, , empresa que administra a refinaria, teria chamado de volta um navio que acabara de ser carregado com GLP (gás de cozinha) para que devolvesse o produto. A preocupação é o impacto no abastecimento das distribuidoras, pois a previsão para a volta do craqueamento na U-39 seria de 10 dias, correndo risco de faltar os produtos no mercado baiano.
Outra grande preocupação para a qual o Sindipetro-BA chama a atenção está relacionada à redução do efetivo de trabalhadores na refinaria, após demissões feitas pela Acelen. A entidade sindical alerta para a sobrecarga de trabalho que recaiu sobre aqueles que permanecem na refinaria e para o clima de apreensão que tomou conta da empresa, pois há ameaças de que as demissões continuem. O Sindipetro-BA já advertiu a Acelen para o perigo desse cenário.
Desabastecimento e alta da gasolina
Confirmada essa situação na Refinaria de Mataripe e não adotadas medidas que resolvam os problemas, há grande risco de desabastecimento de gás de cozinha e combustíveis na Bahia.
Na última quinta-feira (18), a Acelen anunciou reajuste de 5,1% no preço da gasolina vendida para as distribuidoras de combustíveis.
O reajuste traz à tona novamente o problema que o Sindipetro-BA vem alertando há algum tempo que diz respeito à formula perversa adotada pela Acelen para precificar os combustíveis. A empresa continua usando o Preço de Paridade de Importação (PPI), que leva em conta o valor do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional. Política essa que já foi extinta pela Petrobrás.