Gestão age contra os trabalhadores

Direção da Petrobrás ataca novamente os aposentados, com mais descontos abusivos na AMS

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Os aposentados estão sofrendo mais um ataque da direção da Petrobrás na AMS. Neste mês de março vários aposentados estão recebendo seus contracheques com novos descontos abusivos. São valores altíssimos nos seus contracheques, especificamente em relação aos descontos do Grande Risco da AMS.

Na última reunião da Comissão da AMS, os representantes da Petrobrás informaram que o reajuste referente ao índice da Variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH) seria de apenas 0,7%. O reajuste do índice é anual e ocorre sempre no mês de março. Ou seja, esses novos descontos abusivos não teriam, portanto, relação com o reajuste do valor do Grande Risco decorrente do VCMH.

“Na oportunidade, os representantes da FUP nessa última reunião da Comissão da AMS, mais uma vez, denunciaram a falta de transparência da gestão da AMS”, afirma o diretor de Seguridade da FUP, Paulo César Martin. Ele explica que, numa única rubrica do contracheque dos aposentados e das pensionistas, estão sendo lançados vários descontos referentes ao Grande Risco: 1) titular e seus dependentes; 2) Plano 28; 3) saldo devedor de meses anteriores; 4) equacionamentos da AMS (2019, 2020 e 2021) e 5) correção de descontos anteriores devido a erros da gestão da AMS.

Dentre esses erros, o mais recente se refere ao cálculo dos descontos do Grande Risco que, supostamente, teriam sido num valor menor, porque não teria sido incluído o valor da renda do INSS, mas, somente, a renda paga pela Petros. Um dos comunicados recentes dos gestores da AMS afirma que esse novo erro seria no cálculo dos beneficiários da AMS, que rescindiram seu contrato de trabalho na Petrobrás e suas subsidiárias, no período de dezembro de 2016 a agosto de 2018.

Os representantes da FUP na Comissão protestarem devido a mais um erro da gestão da AMS, além da falta de transparência. O desconto do Grande Risco da AMS deveria ser uma parcela fixa mensal majorada somente no mês de março, devido o reajuste do VCMH, mas não é isso que está acontecendo.

Paulo César alerta que a cada mês, o valor desse desconto muda, na maioria das vezes, para um valor maior. Ele explica que isso trás uma enorme insegurança principalmente para os aposentados e pensionistas, que precisam de previsibilidade para planejar o seu orçamento familiar. A renda desses beneficiários só aumenta anualmente, seja na renda do INSS ou da Petros.

“O fato é que os descontos abusivos da AMS, que ocorrem desde janeiro de 2020, transformaram a vida dos aposentados e pensionistas num verdadeiro inferno, principalmente os assistidos dos PPSPs pos-70, pois, além dos descontos abusivos da AMS, eles estão pagando os equacionamentos dos déficits desses planos (PED 2015 e PED 2018)”, ressalta o diretor da FUP.

Ele lembra que é importante registrar que os erros na AMS aumentaram depois que a famigerada APS assumiu a sua gestão. Os erros nos descontos seriam então por incompetência ou seriam intencionais? A falta de transparência, principalmente, nos descontos do Grande Risco seria proposital?

“O fato é que os beneficiários da AMS estão passando por sérias dificuldades financeiras e a situação piora a cada mês. Os aposentados e pensionistas ficam completamente perdidos, perplexos e, cada vez mais revoltados, com essa situação”, alerta Paulo César.

Além das medidas judiciais, as direções da FUP e dos sindicatos filiados vão continuar pressionando os gestores da AMS, para terminar com esses descontos abusivos e dar transparência as despesas da AMS aos seus beneficiários.

“Em breve, com o fim da pandemia do covid-19, as direções sindicais vão convocar os aposentados e pensionistas e realizar grandes paralisações, juntamente com os companheiros da ativa, para barrar esses descontos absurdos que estão inviabilizando a renda dos beneficiários da AMS, principalmente os aposentados e pensionistas. Aguardem e fiquem ligados nas convocações que serão feitas e participem dessas mobilizações. Só conquista quem luta”, destaca Paulo César.