Demitidos da Fafen-PR ainda lutam para receber benefícios da Petros

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A fábrica foi fechada em março de 2020, causando a demissão de centenas de trabalhadadores, que até o hoje não receberam os valores das contribuições feitas para o Plano Petros 2, mesmo após a ANSA ter retirado o patrocínio do plano

[Da imprensa da FUP |Foto: Greve de fevereiro de 2020]

Vinte meses após o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que resultou na demissão de cerca de mil trabalhadores próprios e terceirizados, a gestão da Petrobrás segue prejudicando os ex-empregados da Araucária Nitrogenados (ANSA). Além de lidar com as dificuldades financeiras impostas pelo desemprego em plena pandemia, eles ainda não receberam até o hoje os valores das contribuições feitas para o Plano Petros 2, mesmo após a ANSA ter retirado o patrocínio do plano.

E como se não bastasse tamanho absurdo, os ex-empregados da Fafen-PR são obrigados a pagar taxa de administração para a Petros, enquanto aguardam pelo recebimento do benefício a que têm direito. Esse fato foi levado ao RH da Petrobras nas últimas reuniões da Comissão de Acompanhamento do ACT, mas nada de concreto foi feito pela empresa.

A FUP e o Sindiquímica PR vêm cobrando desde o ano passado agilidade da Petros neste processo. No entanto, o que vem acontecendo é exatamente o oposto. Se por um lado, os gestores tiveram pressa em fechar a Fafen-PR e em demitir os trabalhadores, por outro, estão enrolando o quanto podem para liberar os recursos dos participantes do PP-2.

A fábrica foi fechada em março de 2020 e somente em novembro, a Petros encaminhou documentos para a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), comunicando a retirada de patrocínio da ANSA e dando início ao processo para pagamento dos benefícios. Em janeiro deste ano, no entanto, o órgão comunicou à Petros que estava faltando documentos e assinaturas da patrocinadora e da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST).

A PREVIC estabeleceu data limite até abril para a Petros corrigir os erros e, mesmo assim, a Fundação seguiu enrolando, acumulando pendências, prazo, após prazo, enquanto os ex-empregados da Fafen-PR passam por sérias dificuldades financeiras, a maioria deles ainda desempregados.

“A última informação que tivemos é de que o prazo junto à PREVIC se esgotou no dia 07 de outubro, sem a Petros ter conseguido resolver as pendências. Essa enrolação toda soa muito estranho. A impressão que dá é que a gestão da Petros está se beneficiando com isso, ganhando com a rentabilidade do nosso dinheiro aplicado, com as taxas de administração que estamos pagando e com os empréstimos que os contribuintes estão sendo obrigados a fazer para sobreviver. Além de cruel, isso é imoral”, alerta o diretor da FUP e do Sindiquímica PR, Gerson Castellano, um dos demitidos da Fafen-PR.