As bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados de todo o Brasil realizaram atos exigindo justiça para José Arnaldo, trabalhador vítima de acidente fatal na Reduc, e contra a negligência da gestão da Petrobrás
[Da Comunicação da FUP, com informações dos sindicatos]
De norte a sul do Brasil, a categoria petroleira falou em alto e bom som que não irá aceitar a precarização promovida pela gestão da Petrobrás e a negligência com a vida, que tem sido uma marca da mesma desde o golpe de 2016. A morte do caldeireiro José Arnaldo de Amorim, ocorrida na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) no último sábado (19) durante uma parada de manutenção, gerou tristeza e indignação na categoria petroleira e deflagrou uma série de atos em todo o Brasil.
Os atos, ocorridos nesta quinta-feira (24/03) exigiram justiça para José Arnaldo e demonstraram solidariedade com a família, mas também cobraram da gestão da Petrobrás maior responsabilidade com a vida dos trabalhadores. O processo de desmonte da estatal é apontado pela categoria como determinante na ocorrência de tragédias deste tipo, relacionadas à precarização gerada pela onda de privatizações e terceirizações na empresa. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 81% das mortes registradas no Sistema Petrobrás foram de trabalhadores terceirizados.
Veja onde aconteceram atos e confira imagens:
Duque de Caxias
Na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), local onde José Arnaldo trabalhava quanto faleceu, o ato contou com a presença de petroleiros e petroleiras e contou com o apoio do (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem Industrial, Mobiliário, Mármore e Granito e do Vime (SITICOMMM), na figura de Mazinho, seu presidente.
Somente na Reduc, é o terceiro ato realizado nesta semana exigindo justiça para José Arnaldo.
Bahia
Na Bahia, o Ato aconteceu frente à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), privatizada de forma vil pela gestão bolsonarista da Petrobrás.
O Coordenador Geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou no ato: “Entendemos que todo esse processo de precarização que leva à morte de trabalhadores e trabalhadoras está ligado à falta de investimentos, principalmente em Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional (SMS). Em vez de fazer esses investimentos, a gestão da Petrobrás está transferindo renda a raiz desses lucros líquidos altíssimos levando os dividendos para acionistas internacionais”.
Assista o recado do coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar:
São Paulo
Na manhã desta quinta-feira (24), trabalhadores da Refinaria de Capuava (Recap), localizada em Mauá (SP). Durante o protesto, o coordenador do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), Juliano Deptula, apontou a responsabilidade da Petrobrás no acidente: “Eu tenho certeza que hoje as refinarias são mais perigosas do que há 10 anos, não porque há 10 anos não existia risco, mas porque atualmente existe um completo descaso em relação à segurança do trabalhador. As mortes são resultado de uma política deliberada de descaso”, afirmou.
O diretor do Sindipetro-SP e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Arthur Bob Ragusa, também fez uma relação entre o projeto estratégico da empresa e o aumento da insegurança nos locais de trabalho.
“Nos últimos anos, a Petrobrás privatizou diversas unidades, diminuiu drasticamente o número de trabalhadores próprios e colocou em prática programas de incentivo à demissão que foram responsáveis pela saída de operadores experientes, que eram importantíssimos para o funcionamento das unidades que trabalhavam”, relembrou.
Norte Fluminense
Petroleiros e petroleiras de Cabiúnas participaram neste início de manhã de protesto organizado pelo Sindipetro-NF.
A entrada no terminal foi bloqueada para a participação dos trabalhadores nos protestos. Diversos líderes sindicais se sucederam nas falas e denunciaram a insegurança na Petrobrás. O acesso só foi liberado às 8h, quando a categoria fez uma oração em memória do petroleiro morto e das demais vítimas de acidentes na companhia, além de um minuto de silêncio.
Minas Gerais
O Sindipetro-MG e o Sindicato dos Trabalhadores em Montagens Industriais de Minas (Sitramonti) participaram do Ato Nacional na Refinaria Gabriel Passos (Regap).
Anselmo Braga, diretor do Sindipetro-MG afirmou: “Essa morte do nosso companheiro é a face mais cruel de tudo o que a gente vem denunciando na Petrobrás desde o golpe. Aqui na ponta vemos essa crueldade que é a morte do nosso companheiro José Arnaldo, que morreu vítima da precarização provocada pela gestão da Petrobrás, que faz economia com manutenção e mão de obra”.
Amazonas
O Sindipetro-AM realizou ato exigindo justiça e medidas de segurança de trabalho frente à Refinaria de Manaus (Reman). Durante a troca de turno, a direção do sindicato esteve presente para a entrega de boletim informativo. Durante o ato, os líderes sindicais relembraram também os casos de acidente de trabalho ocorridos na Reman. A direção orientou à categoria petroleira a denunciar junto ao Sindipetro os casos de insegurança de trabalho.
O coordenador do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, ressaltou que a insegurança do trabalho é uma das consequências do desmonte do sistema Petrobrás e o processo de venda das refinarias.
Rio Grande do Sul
No RS, o ato organizado pelo Sindipetro-RS aconteceu frente à Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP):
Pernambuco- Paraíba
O Sindipetro-PE-PB organizou o Ato Nacional em frente à Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca-PE.
Paraná- Santa Catarina
O ato organizado pelo Sindipetro PR-SC aconteceu na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada em Araucária-PR.
Assista também o ato virtual realizado hoje:
