14º Congresso Nacional da CUT

Coordenador de Comunicação do Sindipetro NF é eleito Secretário-Adjunto de Comunicação da CUT

No último final de semana, a CUT realizou o seu 14º Congresso Nacional e elegeu a sua nova diretoria – reconduzindo o presidente Sérgio Nobre ao cargo. Entre as novas lideranças que estarão à frente da Central, uma das maiores do mundo, está o petroleiro Tadeu Porto, que coordena o Departamento de Comunicação do Sindipetro-NF. Ele será secretário-adjunto de Comunicação e fala à Imprensa do NF sobre os desafios da pasta. Confira:

Imprensa do NF – Temos tido uma presença significativa de petroleiros nas direções nacionais da CUT e você agora faz parte dessa trajetória. Qual a importância para a categoria estar na direção de uma das maiores centrais sindicais do mundo?
Tadeu Porto – É muito importante para os petroleiros e petroleiras estarem lá na Central, com as demais categorias do Brasil, para trazer a experiência de organização da categoria, que é reconhecida, que ajudou a fundar a Central, que ajudou a tocar os principais projetos desde o nascimento da Central até agora. É um trabalho que tem que ter continuidade de uma categoria que soube se organizar bem e por isso está sempre compartilhando com outras categorias nessa Central que é primordial para a política da classe trabalhadora brasileira.

Imprensa do NF – Você se destacou no trabalho de comunicação no Sindipetro-NF e na FUP. Agora, na CUT, quais os maiores desafios da comunicação sindical?
Tadeu Porto – O maior desafio da comunicação sindical é poder encontrar um discurso que dialogue de fato com os trabalhadores e as trabalhadoras e um método para que esses trabalhadores e essas trabalhadoras possam dialogar com a gente. Uma ferramenta interativa onde engajamento não seja só visualizar alguma peça, mas também de poder participar da própria comunicação da Central. A comunicação está sempre em desafio, então sempre vai ter trabalho. Agora, os desafios deste tempo em específico acredito que estejam muito nessa questão da comunicação infinitesimal, o território pode ser um computador na Suécia ou nos Estados Unidos, que guarda um tanto de dado e com esse dado você ter acesso ao mundo e poder de fato. Você pode influenciar eleições, influenciar empresas, efeitos manada reais. Nesse mundo infinitesimal as coisas são mais aceleradas. O tempo não é esse mesmo tempo que a gente considera o espaço. Poder se adequar a isso aí é que eu acho que é o grande desafio.

Imprensa do NF – Você deixará a coordenação de comunicação do NF? Como é feita essa transição?
Tadeu Porto – A gente já está em certa transição, né? Há um certo tempo que está em nosso planejamento poder participar da Central. É uma pasta em que os petroleiros puderam atuar historicamente, com o companheiro Antônio Spis, depois com Roni Barbosa. Então a gente já tinha se preparado, né? Já estamos com algum tipo de transição e boa parte da dedicação que eu tenho ao mundo sindical vai se voltar a eu fazer um bom trabalho na Central, dentro do desafio que é a comunicação de uma instituição tão grande, seja de tamanho presente seja pela história que ela representa.

Imprensa do NF – Como avalia o novo momento da CUT e do país? Como lidar com os enormes desafios da reconstrução de direitos dilapidados nos recentes governos passados?
Tadeu Porto – É um momento de fato muito pesado. Acredito que a CUT se fortalece muito com o fortalecimento do Lula. Porque a escola de vida do Lula é muito ligada ao sindicato. Ele mesmo coloca isso. Então, o método de trabalho que fez o Lula liderar uma frente ampla no Brasil e que parece que está fazendo o Lula liderar uma frente ampla no mundo, esse método de trabalho é do sindicalismo brasileiro e é da escola do Lula, a grande escola do Lula. O Sindicato dos Metalúrgicos e a própria CUT, que ele ajudou a fundar, fazem parte disso. Uma vitória do Lula é uma vitória da CUT. A CUT está muito fortalecida. Agora, não quer dizer que vai ser fácil. De fato os desafios são muito grandes. Os direitos foram perdidos, e foram perdidos com gatilhos para evitar a nossa volta, porque quem joga o jogo sabe jogar. Os patrões, a burguesia, sabem jogar o jogo. Então agora é ter muita inteligência para contornar os obstáculos que foram colocados e poder voltar a ajudar a vida do trabalhador e da trabalhadora. A gente vem de um momento tão ruim, mas tão ruim, que o discurso fica até simples, que é aumentar o poder de compra, é garantir comida para que a pessoa se alimente três vezes ao dia, que possa ter acesso a um lazer adequado, cuidar da sua família e ter uma vida digna.

 

[Por Vitor Menezes / Imprensa do NF]