Nas paralisações que envolveram as bases de todos os 13 sindicatos da FUP, trabalhadores do Sistema Petrobrás cobraram o cumprimento do projeto de reconstrução da empresa, que foi aprovado nas urnas. Assembleias já começaram e estão aprovando estado de greve pela suspensão das privatizações
[Da imprensa da FUP]
As trabalhadoras e os trabalhadores petroleiros, próprios e terceirizados, deram o recado aos bolsonaristas que ainda seguem entranhados na gestão da Petrobrás: tá na hora de já ir embora.
Da Refinaria de Manaus (Reman) à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, as mobilizações desta sexta-feira, 24, reforçaram a luta contra as privatizações e pela reconstrução imediata do Sistema Petrobrás.
Todos os 13 sindicatos da FUP realizaram atos pelo país afora, mobilizando a categoria petroleira, que começou hoje as assembleias, aprovando o indicativo de estado de greve. A consulta aos trabalhadores prossegue até o dia 07 de abril.
Os atos tiveram cobertura ao vivo pela manhã, no canal da FUP no Youtube, com participação dos trabalhadores que lideravam o movimento nos diversos estados do país.
“O recado está sendo dado. A categoria seguirá mobilizada, exigindo um basta às privatizações que continuam sendo tocadas de forma velada pela gestão bolsonarista, que ainda permanece e insiste em tirar a Petrobrás do povo brasileiro”, afirmou o diretor de comunicação da FUP, Tadeu Porto, que comandou a live (veja abaixo).
O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, participou do ato realizado pelo Sindipetro Bahia na base de Taquipe, que faz parte do Polo Bahia Terra, um dos ativos da Petrobrás que estão na lista de privatização da gestão bolsonarista. Ele reforçou a importância da categoria continuar mobilizada e pressionando a nova gestão da empresa para que reveja os atos privatistas herdados do governo Bolsonaro.
Taquipe – São Sebastião do Passé
Infelizmente, a gestão bolsonarista da Petrobrás ainda está seguindo em frente com a venda de diversos ativos, apesar do anúncio de suspensão das privatizações feito pelo presidente Lula. pic.twitter.com/Bdj0q3c1dg
— Deyvid Bacelar (@deyvidbacelar) March 24, 2023
No último dia 17, a diretoria da Petrobrás aprovou a continuidade da venda da Lubnor (CE) e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, na contramão da orientação do governo Lula, via Ministério das Minas e Energia, para que a empresa interrompesse as privatizações.
Apesar de quase três meses do governo Lula, a diretoria da estatal e o Conselho de Administração ainda seguem ocupados por indicados de Bolsonaro, que correm contra o tempo para concluir as vendas de ativos e boicotam as propostas de reconstrução da empresa.
O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, ocupa interinamente o cargo, pois precisa ser referendado pela Assembleia Geral Ordinária dos acionistas (AGO), e, enquanto isso, segue isolado no comando da empresa, até que a diretoria indicada pelo governo Lula assuma.
Somente na quarta-feira, 22, após pressão das entidades sindicais e sob a iminência de uma greve, o Conselho de Administração aprovou a nova diretoria, que tomará posse no próximo dia 29.
Estado de greve
Durante as paralisações desta sexta, os sindicatos iniciaram as assembleias, discutindo com os trabalhadores a necessidade de intensificar as mobilizações e aprovar estado de greve, pressionando para que a nova gestão e o governo Lula consigam suspender os processos de privatização que ainda estão sob a gestão dos bolsonaristas.
A resposta dos trabalhadores nas primeiras assembleias vem sendo de aprovação dos indicativos da FUP e dos sindicatos.
A decisão sobre os processos de privatização que tiveram início na gestão de Bolsonaro mas não foram concluídos deverá ser pauta da próxima reunião do Conselho de Administração da Petrobrás e caberá à AGO, prevista para 27 de abril, a deliberação final.
A FUP tem realizado diversas ações políticas e jurídicas para que a União cumpra o seu papel de acionista controlador da estatal e oriente os indicados no CA a votarem pela suspensão das privatizações.
Confira as bases que realizaram mobilizações
Amazonas
Refinaria Isaac Sabbá (Reman)
Bahia
Base de Taquipe – São Sebastião do Passé
Rio de Janeiro
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Heliporto de Farol de São Thomé, Campos dos Goytacazes
Ceará
Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor)
Rio Grande do Norte
Polo Guamaré, Refinaria Clara Camarão
Pernambuco
Suape – Refinaria Abreu e Lima e Terminal da Transpetro
Espírito Santo
São Mateus, Base 61
Minas Gerais
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
São Paulo
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria Capuava (Recap)
Terminal da Transpetro em Guarulhos
Mato Grosso do Sul
Termelétrica LCP, Três Lagoas
Distrito Federal
Terminal da Transpetro e sede da Petrobrás em Brasília (Esbras)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Usina do Xisto (SIX)
Santa Catarina
Terminal da Transpetro de Itajaí
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)