O Outubro Rosa é um movimento mundial dedicado aos cuidados relacionados à prevenção, detecção precoce e tratamento do câncer de mama e do câncer de colo do útero.
Criada nos Estados Unidos no início da década de 1990, o Outubro Rosa repercutiu após a realização da primeira ‘Corrida pela Cura’, promovida pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, em Dallas, Texas. O objetivo era arrecadar fundos para pesquisas. Fitas rosas foram distribuídas aos participantes da corrida, tornando-se um símbolo de conscientização do câncer de mama.
Desde então, a campanha se expandiu internacionalmente e tem o objetivo de sensibilizar as mulheres sobre a importância da detecção precoce da doença, bem como promover a pesquisa e o acesso a tratamentos eficazes.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo mais incidente entre as brasileiras e também o que causa mais mortes por câncer em mulheres. Em 2021, foram 18.139 óbitos. Estima-se que em 2023 sejam registrados mais de 73 mil novos casos. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do país.
O Coletivo de Mulheres Petroleiras indica a importância de divulgar e aumentar a conscientização acerca do câncer de mama, acredita que quanto mais se falar no assunto, mais iluminado estará o caminho das mulheres petroleiras. “Nós mulheres trabalhadoras que estamos a frente e dentro dos Sindicatos também precisamos nos amar e nos cuidar. É absolutamente importante estarmos saudáveis para a luta diária.” Afirmou Patricia Jesus, coordenadora do Coletivo de Mulheres Petroleiras, diretora do sindipetro ES e da FUP.
O Sindipetro PR e SC lançou a campanha Outubro Rosa, durante ato nacional em comemoração aos 70 anos da petrobrás. Diretores do Sindipetro distribuíram informativos sobre a saúde da mulher e saúde mental.
Foto: Davi Macedo
Para a enfermeira do SUS e diretora do Sindipetro PR e SC, Elisangela Costa, estar atenta aos sinais do próprio corpo é fundamental. “O diagnóstico precoce é essencial para evitar o agravamento desse tipo de câncer, e isso somente é possível se as mulheres estiverem atentas a quaisquer sinais ou sintomas, realizarem o autoexame e todos os outros exames preventivos estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, ressaltou.
No Sindipetro-NF, as sedes de Macaé e de Campos dos Goytacazes, localizadas em áreas centrais de grande visibilidade nas duas cidades, foram iluminadas com a cor rosa, chamando a atenção para a campanha. Nas redes sociais também houve a troca da imagem de perfil, para uma arte que faz referência à ação de conscientização sobre o tema.
Foto: Luciana Fonseca
“Nós iluminamos as nossas sedes de rosa nesse outubro para lembrar simbolicamente como é importante a prevenção ao câncer de mama. O sindicato é construído por pessoas. Temos famílias que estão relacionadas aos nossos sindicatos e temos que tratar a prevenção dentro das nossas famílias. É um compromisso nosso, de qualquer sindicato, com a prevenção, com a proteção, com a saúde da família”, afirma a diretora do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra.
Sinais de alerta
Segundo o Ministério da Saúde, entre os principais sintomas que levantam suspeitas de câncer de mama estão a presença de um caroço (nódulo), geralmente endurecido, imóvel e não doloroso; a pele da mama apresentando vermelhidão ou textura semelhante à casca de laranja; alterações perceptíveis no mamilo e a liberação espontânea de líquido por um dos mamilos. Além disso, pequenos nódulos podem surgir na área do pescoço ou nas regiões das axilas. Outros sinais possíveis são a inversão do mamilo, inchaço da mama e dor local.
Todos esses sinais devem ser investigados por uma equipe médica por meio de exames específicos para diagnosticar ou descartar o câncer.
Conheça os fatores de risco
De acordo com o INCA, o câncer de mama não possui uma causa única. Diversos fatores de risco podem desempenhar um papel significativo no aumento da probabilidade de sua ocorrência, tais como sedentarismo, envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso e exposição à radiação ionizante. Veja as listas dos fatores de riscos separados por origem, segundo o INCA:
– Comportamentais/Ambientais
. Obesidade e sobrepeso, após a menopausa
. Atividade física insuficiente (menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana)
. Consumo de bebida alcoólica,
. Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X, tomografia computadorizada, mamografia etc.)
. História de tratamento prévio com radioterapia no tórax
– Aspectos da vida reprodutiva/hormonais
. Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos
. Não ter filhos
. Primeira gravidez após os 30 anos
. Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos
. Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona)
. Ter feito terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona), principalmente por mais de cinco anos
– Hereditários/Genéticos
. Histórico familiar de câncer de ovário; de câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos; e caso de câncer de mama em homem
. Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2
A mulher que possui alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, tem risco elevado de câncer de mama. Apenas 5 a 10 % dos casos da doença estão relacionados a esses fatores.
Câncer de mama relacionado ao trabalho
A exposição de trabalhadoras a agentes cancerígenos no ambiente de trabalho também é um fator de risco. Algumas profissões e atividades econômicas têm esse índice mais elevado de casos, entre elas estão as técnicas de radiologia, plantonistas noturna e agricultoras.
– Principais cancerígenos no trabalho:
. Trabalho noturno
. Raios – X e Gama
. Óxido de etileno (matéria-prima para produtos manufaturados e/ou gás utilizado em processos de esterilização industrial e hospitalar)
. Agrotóxicos organoclorados (dieldrin)
. Bifenila policlorada (PBC)
. Exposição ambiental à fumaça do cigarro
A prevenção é o melhor remédio
De acordo com dados do Ministério da Saúde, estima-se que 28% dos casos de câncer de mama poderiam ter sido evitados através de hábitos saudáveis. Praticar o autocuidado e realizar exames preventivos, como mamografia e o Papanicolau, são ações que têm potencial de preservar vidas.
É importante ressaltar que o autoexame pode ser um aliado na detecção de alterações nas mamas. Contudo, é crucial compreender que não se deve depender exclusivamente do autoexame. Isso ocorre devido ao fato de que, em muitas situações, um tumor pode não ser detectado apenas por meio do toque.
Portanto, é fundamental realizar exames de rastreamento regulares e consultas médicas. O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher com 40 anos ou mais procure um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas e demais exames ginecológicos anualmente. Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não haja sintomas!
Outro fator importante na prevenção do câncer de mama é a manutenção de um estilo de vida saudável. Praticar atividades físicas regularmente, seguir uma dieta equilibrada, não beber e não fumar também são recomendações para a prevenção de diversas doenças, inclusive o câncer de mama.
Por Juce Lopes do Sindipetro PR com informações do Sindipetro NF e da FUP.