Impactos da privatização da REMAN

Brigada petroleira participa de audiência pública em Brasília

Petroleiros reforçam os impactos da venda da Reman na Câmara

A categoria petroleira reforçou a luta contra a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), também conhecida como Refinaria de Manaus, em audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (28/06). A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros Amazonas (Sindipetro-AM) participaram da segunda audiência sobre a Reman na Câmara dos Deputados.

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, destacou a importância do sistema integrado das refinarias do Sistema Petrobrás, reforçou os alertas sobre os impactos da venda usando o exemplo da RLAM, na Bahia, vendida ao grupo privado em dezembro de 2021.

“Não é verdade que haverá concorrência e livre mercado. A Reman, por exemplo, não concorre com nenhuma refinaria do Brasil e está localizada estrategicamente para abastecer o norte do país. Se essa refinaria vier a ser privatizada, um monopólio regional privado se constituirá”.

Além do monopólio regional privado, Bacelar destacou o aumento do preço dos combustíveis, o desabastecimento e a insegurança jurídica devido à inconstitucionalidade sob os processos das vendas das refinarias da Petrobrás.

“Se as privatizações das refinarias foram feitas, pensando no Brasil e no povo, os monopólios regionais serão constituídos, possibilidade de desabastecimento e explosão dos preços devido o capital privado visar a minimização dos seus custos em cima do trabalhador, do meio ambiente e da sonegação fiscal que promove e devido a maximização dos seus lucros em cima do consumidor final, do preço que está na bomba e que a população vai pagar”

O coordenador do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, destacou a importância da Reman para o Amazonas e os impactos para a população.

“Entregar a Reman para o capital privado é uma irresponsabilidade gigantesca. O valor da refinaria, 30% abaixo do mercado, é um absurdo. A FUP e os sindicatos não somos contra os novos investidores, mas a gestão da Petrobrás e o governo Federal estão fazendo é um crime de lesa pátria e isso é a nossa preocupação.”

Marcus também reforçou a resistência da categoria e a luta contra a venda da refinaria de Manaus. “Nós iremos resistir para que a venda não seja concluída, porque o que está em jogo é o povo da região norte, é a nossa soberania.”

Também participaram da audiência pública o analista do Dieese/Sindipetro-NF, Carlos Takashi e a pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Carla Ferreira.

Carlos destacou a importância da arrecadação de ICMS e tributos da Reman para o Amazonas, e com dados da pesquisas realizadas, destacou quais os falsos argumentos levantados pela gestão da Petrobrás sobre a privatização. Já Carla Ferreira, abordou o contexto histórico da estruturação do parque de refino da Petrobrás para garantir o abastecimento nacional e alavancar o desenvolvimento regional e apresentou possíveis cenários caso a venda da Reman seja concretizada.