Um grave acidente nesta quarta-feira (27) matou dois trabalhadores que prestavam serviço para a Transpetro no Terminal de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. As informações iniciais são de que um outro trabalhador está gravemente ferido em um hospital da região.
A notícia foi divulgada pela mídia por volta das 13h, quando as direções sindicais se preparavam para iniciar a reunião com a Petrobrás sobre o PRD/PPP. Diante de mais essa tragédia, a FUP e a FNP suspenderam as duas rodadas de negociação sobre remuneração variável que estavam agendadas para esta semana e estão convocando uma mobilização nacional em defesa da vida para sexta-feira (29) em todo o Sistema Petrobrás.
O objetivo é pressionar a empresa a implementar o Grupo de Trabalho emergencial sobre SMS que foi acordado com entidades sindicais, em reunião com a diretora Clarice Coppetti, no dia 15 de outubro. Na ocasião, a FUP e a FNP decidiram suspender a negociação da PLR após outros três trabalhadores terem perdido a vida em um intervalo de apenas 72 horas, em situações trágicas, como a que causou o acidente de hoje e que está diretamente relacionadas à precarização das condições de saúde e segurança.
Segundo nota do Sindipetro RJ, o grave acidente desta quarta no Terminal de Angra foi causado pela queda de uma passarela na estação de tratamento de efluente (ETE). “Os trabalhadores atuavam na troca de uma passarela de concreto, já sem condições de uso, localizada acima de um reator. A passarela contava com uma estrutura metálica que estava sendo removida quando ruiu, provocando a tragédia com os trabalhadores”, informou o sindicato.
As entidades sindicais se solidarizam com os familiares e companheiros de trabalho das vítimas e reafirmam que seguirão lutando para garantir condições de trabalho decentes e seguras para todos os trabalhadores e trabalhadoras. É inadmissível que vidas continuem sendo perdidas por conta de ambientes de trabalho precarizados em uma empresa estatal que deveria ter por princípio a defesa intransigente da saúde e da segurança de todos os trabalhadores e trabalhadoras, sejam eles próprios ou prestadores de serviço. Basta de mortes!
Nas assembleias que rejeitaram a primeira proposta de PLR do Sistema Petrobrás, a categoria petroleira aprovou uma pauta emergencial de SMS para ser tratada com a empresa, o que até hoje não aconteceu. A FUP e a FNP cobram a efetiva negociação das reivindicações que foram referendadas pelos trabalhadores. Veja a seguir:
- Mudança na gestão de SMS, garantindo nos cargos profissionais da área de saúde e segurança
- Participação da FUP ou FNP (conforme a base de representação) nas comissões de investigação de acidentes graves e fatais
- Retorno da Comissão de Prestadores de Serviço, nos mesmos moldes das demais comissões de negociação permanente previstas no ACT
- Recomposição e aumento dos efetivos próprios
- Condições de trabalho que garantam a segurança de todos os trabalhadores e trabalhadoras