Em defesa da Petrobrás

Ato nacional contra a privatização da Petrobrás denuncia as irregularidades no processo de venda da SIX

Sob chuva, Ato Nacional conjunto alerta sobre as falcatruas para entregar a Usina do Xisto (SIX) e reforça luta em defesa da Petrobrás

[Da Imprensa do Sindipetro PR-SC] 

Na manhã desta quarta-feira (17) a categoria petroleira realizou na Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul (PR), um ato nacional contra a privatização da Petrobrás e por direitos. A mobilização que faz parte do calendário de lutas unificadas da campanha reivindicatória 2022 entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) reuniu petroleiros e petroleiras de várias regiões do Brasil, além de representantes de outras entidades e movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os sindicatos de petroleiros de todo país, o Sindimont-PR e o Sindiquímica-PR.

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Durante a manifestação, as entidades de representação dos petroleiros reforçaram os questionamentos sobre o processo de compra da SIX pelo grupo canadense Forbes & Manhattan Resources Inc.

O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, lembrou que a SIX está sendo privatizada mesmo após as várias acusações de corrupção apresentadas pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro).

O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, durante o ato. Foto: Sindipetro PR-SC

“A denúncia trouxe uma série de evidências que precisam de uma posição da Justiça Federal. Tivemos um engenheiro aqui nessa fábrica que, segundo as informações que temos, forneceu dados sigilosos para a empresa que está comprando a SIX. E pasmem, esse senhor é pai da juíza amiga do Sérgio Moro, figura que nós não podemos deixar se eleger aqui como senador da República. A Gabriela Hart, que substituiu ele [Moro], é filha do engenheiro que forneceu as informações para empresa que está comprando a SIX. Isso não carece de investigação? Isso não precisa da interrupção imediata desse processo de venda?”, alertou.

O presidente da Anapetro e diretor do Sindipetro PR e SC, Mario Dal Zot, mandou um recado direto para Forbes. “Quero deixar bem gravado e bem-dito para esse pessoal: vocês não são bem-vindos em São Mateus do Sul, vocês não são vem vindos na SIX. Desistam enquanto é tempo que vocês vão ficar no prejuízo. Quanto mais vocês ficarem, mais prejuízo vocês terão no ano que vem!”, cravou o Dal Zot.

Mário Dal Zot, durante o ato.

Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro PR e SC, lembrou que em outubro de 2021, durante uma mobilização na SIX, travou um embate local com o então gerente de segurança patrimonial. O sindicalista também deixou um recado para os gestores da unidade

“Eu vim aqui e falei pra vocês que eu ia continuar fazendo o enfrentamento porque eu tinha o respaldo da nossa categoria. Eu tô aqui hoje, ele tá lá na Repar, voltou a ser vigilante e perdeu o seu cargo de gerência. A gente vem aqui, fala e banca. Sabemos quem que vai ficar e isso serve pra todos os gestores. Esse sindicato tem 59 anos e nasceu aqui em São Mateus do Sul. Gestores passarão, nós ficaremos! Governos passarão, nós ficaremos!”, declarou.

O presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, durante o ato.

Roni Anderson Barbosa, secretário de Comunicação da CUT Brasil e do Sindipetro PR e SC, relatou que a miséria tem avançado no país. Disse que em São Paulo um salário mínimo não compra uma cesta básica. Sobre a situação de miséria Brasil, o dirigente lembrou da triste história do menino de 11 anos que ligou para polícia, depois de ver a mãe chorando, para avisar que a família estava passando fome. “É um processo complicadíssimo que o Brasil está vivendo. A miséria se alastrou fortemente pelo país e nós estamos vendo mais de 30 milhões de brasileiros e brasileiras passando fome hoje”, relatou.

Roni Anderson Barbosa, da CUT, durante seu discurso no ato.

A presidenta do Sindipetro Rio Grande do Sul, Miriam Cabreira, falou que a Petrobrás precisa voltar a investir, construindo e ampliando suas unidades de produção para “abrasileirar” o preço dos combustíveis. “Significa fazer com que a Petrobrás volte a servir ao povo brasileiro, volte a ser aquela empresa que leva combustível a preço justo para todo o país”.

Miriam Cabreira, presidenta do Sindipetro-RS.

O secretário geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa, explicou que a história de que as empresas estatais não dão lucro é mentira. “Isso é balela pra enganar e colocar o trabalhador contra a verdadeira realidade que uma empresa estatal traz. Ela pode trazer saúde, R$ 136,4 bilhões de lucro. Nós estamos falando de quase todo o custeio do SUS em 2022, que é de R$ 160 bilhões”, informou, se referindo ao lucro distribuído para os acionistas da empresa neste ano.